Um monólogo sobre como lidamos com a perda

Clarissa Carvalhaes/Hoje em Dia
03/09/2014 às 08:36.
Atualizado em 18/11/2021 às 04:03

(Paula Kossatz/ )

O ator carioca Eduardo Moscovis chega a Belo Horizonte para contar a história de um homem que recebe um livro como herança de família– uma obra que condena à cegueira todos os que se tornam seu dono.

“É um monólogo sobre como lidamos com a perda, como a recebemos em nossas vidas, como a entendemos e a transformamos”, explica Moscovis sobre “O Livro” – espetáculo teatral que fica em cartaz desta quarta-feira (03) até o dia 7, domingo, na Funarte MG.

Desde 2010 circulando pelo Brasil, “O Livro” ganhou os palcos depois que Moscovis recebeu, em casa, o texto e o convite para encená-lo do seu próprio “dono”, o dramaturgo o pernambucano Newton Moreno. A proposta veio depois que o ator revelou, durante visita ao núcleo de trabalho de Newton, o desejo de ficar sozinho no palco.

“Este era um processo o qual várias pessoas vinham me sugerindo a viver. Quando recebi ‘O livro’, encontrei um texto incrível, com todas as características que me atraem”, comenta Moscovis sobre este que é seu primeiro monólogo.

Já a ideia de ter Christiane Jatahy como diretora da peça surgiu em comunhão com Moreno.

“Quando nos sentamos para tomar um café e pensar na peça, o nome dela foi o primeiro a ser lembrado e dito por nós dois”, garante Moscovis.

“Ela consegue quebrar com a estrutura padronizada do teatro. Nos seus trabalhos, o público muitas vezes não sabe se o que está vendo é real ou um espetáculo, e isso é fascinante”, justifica ele, para a escolha de Christiane. Moscovis completa: “Trabalhar com o texto do Newton e sob a direção da Christiane me traz uma serenidade tão grande que, na verdade, não me sinto sozinho no palco”.

“Além disso, a peça é bastante intimista e é pensada para ser encenada em pequenos espaços, não em grandes teatros. Por isso estamos na Funarte, um espaço com poucos lugares, que permite esta aproximação com o público”, revela o ator, que, durante a apresentação, manipula da iluminação do espetáculo até a mesa de som.

Aliás, o cenário, é um detalhe meticuloso à parte. Com assinatura também de Christiane, põe o público diante de uma grande bobina de papel que se desenrola e cobre todo o palco, transformando-o em um livro impresso.

Aos 46 anos e pai de três meninas e um garoto, Eduardo Moscovis explica, cuidadoso, que fazer novela nunca foi uma prioridade. “Sou inquieto e sempre gostei de fazer muitas coisas ao mesmo tempo”. Para quem quer ver o galã de pertinho, e a serviço de um texto premiado, fica a dica: a Funarte tem somente 80 lugares.

“O Livro” com Eduardo Moscovis, de 3 a 7/9, na Funarte MG (r. Januária, 68, Floresta). Nesta quarta, quinta e sexta-feira, às 21h. Sábado, às 19h e às 21h. Domingo, às 19h. R$ 20 e R$ 10 (meia)


 

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