Inegável. A morte é única tragédia da qual o homem não tem escapatória. Sendo assim, “a melhor coisa para lidar com o medo ‘dela’ é rir ‘dela’”, diz a suíça Gardi Hutter, nome de ponta da palhaçaria mundial que chega a BH para duas apresentações de “A Costureira” – nesta quinta-feira (30) e sexta (31), no Sesc Palladium. Que ninguém pense, porém, em humor raso. “Não é um conjunto de gags, mas uma pequena saga de vida no meio de fios, carretéis, tecidos e muito quiprocó”, especifica ela, que se confessa encantada pelas belezas de Minas – ela foi a Inhotim, Ouro Preto...
A montagem, que estreou em 2010 e é parceria com Michael Vogel, ator e diretor da companhia alemã Familie Flöz, traz o destino ligado a fios e tesouras em várias mitologias, como as três deusas do destino – as Moiras (grega), as Parcas (romana) e as Nornes (nórdica): a primeira gera o fio da vida, a segunda a mede e a terceira, a corta. Em cena, Joana, que, em sua mesa de costura, em meio a tecidos e manequins, maneja sua inseparável caixa de linhas, botões e agulhas.
Currículo
Nascida em 1953, em Altstäten, Gardi ganhou notoriedade pelo talento, claro, e por ter sido a primeira mulher a obter reconhecimento como palhaça. Estudou no Centro di Ricerca per il Teatro, em Milão, e em seguida, participou de temporada como palhaça do Circo Nacional da Suíça, o Circo Knie 2000, e trabalhou com mestres como Nani Colombaioni e Ferruccio Cainero.
“A Costureira” deu a Gardi a oportunidade de passar mais três meses no país ao qual aprendeu a amar. “O brasileiro emana luz pelos olhos e pelo sorriso”, conclui.
Gardi Hutter em “A Costureira” – Nesta quinta-feira (30) e sexta, às 20h, Sesc Palladium (Rua Rio de Janeiro, 1.046). Livre. 70 minutos. Ingressos: de R$ 50 a R$ 70 ou de R$ 25 a R$ 35 (meia). No portal Hoje em Dia (hojeemdia.com.br), a íntegra da entrevista.