RIO DE JANEIRO - Quando os portões da Cidade do Rock se abriram neste sábado (14), já deu pra sentir o clima diferente que marcaria o dia de apresentações. Pessoas de muitos estilos chegaram ao festival numa aparência cool, uns com um jeitão de anos 80, outros de preto, estampas de caveiras e muitas tatuagens. Óculos coloridos, flores e caveiras se misturavam em harmonia. Lá fora, uma novidade ajudou a amenizar o calor dos que chegavam: um refrescante chafariz.
A Rock Street vem se firmando como um dos espaços preferidos do público. Além das muitas atrações e lojas, a banda All You Need is Love, conhecida por entoar clássicos dos Beatles, tem levado dezenas de visitantes que chegam ao festival para debaixo do terraço da loja do VisitBritain. A performance, que acontecerá todos os dias deste primeiro fim de semana de festa, sempre às 15h30, remete à última apresentação ao vivo do quarteto inglês, em 30 de janeiro de 1969, que aconteceu no terraço da Apple (a gravadora da banda na ocasião).
O Sunset também mostrou a que veio. Logo de início, o encontro da banda Autoramas com BNegão trouxe diversas músicas de outros artistas, como Surfin´Birds, dos Ramones, e I Saw You Saying, dos Raimundos. Na sequência, Marky Ramone e Michale Graves, levantaram os aplausos do público. Com um repertório que mesclou músicas mais pesadas com versões acústicas, a galera se emocionou quando Graves desceu do palco, subiu na grade e cumprimentou as pessoas, chegando a tocar em muitas delas.
Assim que terminou o show de Ramone e Graves, a plateia direcionou suas atenções ao Palco Street Dance, onde se apresentavam, simultaneamente, quatro grupos: Cia Kahal, New Old School, Crew do Rock in Rio e os meninos do Projeto Passinho. De acordo com Miguel Colker, diretor artístico deste palco, a cada dia é importante conquistar públicos diferentes. "Por isso a trilha sonora deste sábado focou no pop rock, com músicas de bandas consagradas deste gênero, como Red Hot Chili Peppers, Nirvana, entre outros", explicou.
No intervalo dos shows, a proposta de muitas marcas patrocinadoras tem sido não deixar a galera parada. Pistas de dança e shows de ritmos variados, até samba, colocam o povo pra dançar e não perder a animação. Além disso, muito entretenimento, jogos e interatividade divertem os que transitam pela Cidade do Rock. Quase todas as marcas estimulam os compartilhamentos de fotos e vídeos por meio das redes sociais. Em muitos desses stands, o público também é convidado a estrelar seu próprio show, escolhendo sucessos para marcar a "apresentação", dublando artistas e dançando. Todos se divertem com a criatividade e desinibição de alguns.
Nas lojas licenciadas com a marca Rock in Rio, entre os produtos mais vendidos estão os bonés. Com temperatura acima dos 30ºC nesses dois primeiros dias de festa, este é, sem dúvida, o produto mais procurado. A tradicional Camiseta Eu Fui é, em disparado, a mais vendida. De acordo com os lojistas, o sucesso se deve também ao line up, destacado na parte de trás da camisa, que custa a partir de R$ 70 e possui modelos feminino e masculino.
No fim da tarde, quando os termômetros deram uma trégua ao calor, o Palco Sunset protagonizou seu momento mais marcante até então: uma homenagem ao grande nome do rock nacional, Raul Seixas. Detonautas, Zeca Baleiro e Zélia Duncan comandaram um show que emocionou o público e fez todos cantarem as canções do "maluco beleza" junto com os artistas.
Parcial de números
- Até às 19h30, 73 mil pessoas já tinham entrado na Cidade do Rock.
- Neste mesmo período foram registrados 247 atendimentos médicos provocados, em sua maioria, por desidratação e queda de pressão.
- Ao todo, 160 funcionários, sendo 25 médicos, 24 técnicos de enfermagem, 14 enfermeiros e 86 maqueiros, se revezam no atendimento diário às ocorrências, nos seis postos espalhados pela Cidade do Rock.
- De sexta-feira para este sábado, cerca de 100 volumes, entre documentos, mochilas, casacos, carteiras com documentos e cartões de créditos, foram encontrados na Cidade do Rock e enviado para o setor de "Achados e Perdidos", situado num container logo na entrada principal da Cidade do Rock, próximo ao Centro de Operações. Apenas os documentos que não forem resgatados até este domingo serão enviados para os Correios, para serem retirados posteriormente.
- De sábado até domingo, às 18 horas, 6,7 mil pessoas brincaram na Roda Gigante, cinco mil no Turbodrop, 4,3 mil andaram na Montanha Russa e 390 utilizaram a parede de escalada. A surpresa fica por conta da Tirolesa que já era um sucesso na edição de 2011 com 700 pessoas/dia, tem registrado um movimento médio de 1.400 pessoas/dia.
Sobre o Rock in Rio
O Rock in Rio é o maior evento de música e entretenimento do mundo, contando com 12 edições realizadas no Brasil (1985, 1991, 2001 e 2011), Portugal (2004, 2006, 2008, 2010 e 2012) e Espanha (2008, 2010 e 2012). O festival reuniu 6.511.300 de espectadores, que aplaudiram ao vivo, 968 artistas que passaram pelo evento. Foram mais de 980 horas de música, com transmissão para mais de 1 bilhão de telespectadores, em 200 países pela TV e pela internet.
O evento também coleciona recordes nas redes sociais, tendo atualmente mais de 9 milhões de seguidores em todo o mundo - o maior na categoria de festivais de música.
Utilizando a música como linguagem universal, que une as pessoas em todo o mundo, o Rock in Rio é um veículo de comunicação de emoções e causas socioambientais. Um de seus pilares de comunicação é o projeto social Por Um Mundo Melhor.
Criado em 2001, no Rio de Janeiro, o projeto já beneficiou milhares de pessoas, no Brasil, em Portugal, na Espanha e em diversos outros países, a partir dos investimentos provenientes da venda de ingressos do evento e das ações promovidas com seus parceiros, que somam US$ 16,6 milhões.
Entre as ações desenvolvidas estão a plantação de 119 mil árvores; a construção de uma escola na Tanzânia e de um centro de saúde no Maranhão. O Rock in Rio também formou 3.200 jovens no ensino fundamental, no Rio de Janeiro; colocou 760 painéis solares em escolas de Portugal; montou 14 salas sensoriais em ONGs para atender crianças com deficiências mentais e visuais, dentre muitas outras iniciativas.
Em 2011, as ações do projeto "Por Um Mundo Melhor" tiveram como mote principal a música como alicerce na formação dos jovens. Através da mobilização da população e de seus parceiros, foram doados 2.200 instrumentos musicais para mais de 150 ONG’s de todo o Brasil que trabalham a música como ferramenta de educação; 10 salas de música instaladas em escolas da rede municipal de ensino do Rio de Janeiro e formação de 30 professores a partir da metodologia "O Passo"; e 40 jovens foram formados em assistentes de luthier (profissionais especializados na confecção e manutenção de instrumentos musicais). (* Com agência)