Uma pitadinha mineira no caldo baiano do Maglore

Cinthya Oliveira - Hoje em Dia
20/07/2015 às 07:38.
Atualizado em 17/11/2021 às 00:59

(Azevedo Lobo)

O Maglore nasceu em Salvador, mas faz questão de deixar clara sua fortíssima relação com Belo Horizonte. Se no segundo disco da banda, “Vamos Pra Rua”, de 2013, havia uma homenagem na música “Beagá”, com o lançamento do terceiro álbum, “III”, pela Deck, o grupo carrega um pouquinho da capital mineira consigo. É que a turnê de lançamento tem ganhado a parceria de Leonardo Marques, integrante do grupo Transmissor, sempre que possível.
E essa não é a única novidade do Maglore. Houve um mudança na formação, que antes era um quarteto e agora passou a ser um power trio, com Rodrigo Damati assumindo o baixo. O som dos teclados ficou em segundo plano neste momento.
“Rodrigo é amigo da banda de longa data e sempre esteve por perto. É um baixista de talento natural, além de ser compositor. Tem uma música no nosso disco ‘Vamos Pra Rua’ da qual ele participa”, conta o vocalista Teago Oliveira. “Então não houve nenhuma mudança brusca, esteticamente falando, mas as linhas de baixo agora têm a personalidade dele e nesse disco muitas músicas têm participação e/ou autoria dele”.
Fita de rolo
Com uma boa e convidativa pitada pop, “III” teve a intenção de transmitir o calor de um show ao vivo, com produção de Rafael Ramos (um dos comandantes da Deck, responsável pelos trabalhos dos principais nomes da gravadora, como Pitty). As gravações foram com o trio tocando ao mesmo tempo e o registro foi feito totalmente em fitas de rolo, como no século 20.
“Gravar em fita, para nós, é uma experiência legal. Gostamos muito de gravações dos anos 60 e 70, em que o som tem uma textura mais ‘quente’. É difícil de explicar. Não temos nada contra som digital, mas adoramos a textura de fita de rolo”, diz Oliveira. “Já gravamos por pista (track por track), e também é legal, mas achamos que nesse disco tínhamos que soar como ao vivo, os três pulsando juntos, na mesma hora”.
O tom pop não foi planejado, mas um caminho natural, segundo Oliveira. “Em ‘III’ as canções estão mais objetivas e enxutas que em ‘Vamos Pra Rua’, daí a impressão real de ser um disco mais pop”, diz o vocalista e guitarrista, que fundou a banda com o baterista Felipe Dieder em 2009. “Muitas vezes nos perguntamos se as músicas não estariam curtas demais, mas depois cedemos e resolvemos obedecer o que a música pedia. Achamos melhor assim”.

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