A sensação de dormir no anonimato e acordar abraçado à fama é situação típica dos tempos que vivemos, especialmente na mídia, com seus reality shows e programas de calouros. A profecia do artista Andy Warhol (“No futuro todos serão famosos por 15 minutos”) superou o caráter de aposta e se concretiza todos os anos, com Big Brothers, Fazendas, Masterchefs, etc.
Este também seria o caso de Samantha Ayara, que venceu na última quinta-feira a edição 2017 do The Voice Brasil, caso a moça tivesse dormido. “Estou virada, cara. Até agora a ficha não caiu”, revela à reportagem do Hoje Em Dia, que conseguiu alcançar a mineira em um intervalo de sua agitada sexta-feira. Nossa sorte só não foi maior que a dela, localizada justamente no momento em que estava no banco, resolvendo questões relativas à premiação – R$ 500 mil, segundo divulgado pela produção do programa.
“Boa parte desta grana será revertida para minha carreira, claro”, revela Ayara, que também ganhou um contrato com a Universal Music. “Mas tem muita coisa que preciso conhecer, tenho muito o que cantar ainda. Preciso ir anotando as coisas, para não fazer tudo errado. Então, ainda estou me situando”, revela.
Tamanha precaução pode estar relacionada com a própria narrativa que ela teceu no programa. Ayara, que não possui nenhuma instrução formal ou profissional com música, tentou entrar na edição passada do programa. Não conseguiu. “Fiquei me culpando, me machucando. Foi a primeira vez que dei a cara à tapa, que eu tentei alguma coisa com música. Não passar me assustou muito”, lembra.
A vitória deste ano surge então como uma espécie de “cura para uma rejeição”, como ela revela. Parte dos créditos vão para seu técnico na competição, o sertanejo Michel Teló, que “acreditou mais em mim do que eu mesma”, segundo Ayara, que cantou, entre outras, uma canção que possui tatuada no peito: “Who You Are”, de Jessie J.. “Agora sim, ela fez todo sentido pra mim”, assume.