(Beatriz Giacomini)
Há três anos, durante a turnê do álbum “Breves Minutos”, Zé Renato inseriu um momento mais intimista, com formato de trio – violão, contrabaixo e bateria. Gostou tanto da sonoridade, que decidiu desenvolver um disco inteirinho com essa formação.
Assim nasceu “O Vento na Madrugada Soprou”, que chega ao mercado sob a assinatura do ZRTrio. Além de Zé Renato, o grupo conta com Tutty Moreno na bateria e Rômulo Gomes no contrabaixo elétrico.
No repertório, há músicas que já vinham sendo experimentadas no palco (como “Não Quero Mais Amar Ninguém”, de Cartola). Mas também contempla novidades, como “O Tempo Não Apagou”, de Paulinho da Viola (de onde vem o título do álbum), “Luz do Sol”, de Carlos Pinto e Waly Salomão, além de parcerias inéditas com Joyce Moreno, Pedro Luís e João Cavalcanti.
“É um disco em que estou mais à vontade como instrumentista, onde pude me arriscar mais como violonista. Nesse formato de trio, as músicas estão com uma concepção mais solta, mais livre, permitindo uma maior improvisação”, explica Zé Renato.
“O Vento na Madrugada Soprou” foi gravado ao vivo no estúdio em apenas dois dias. Somente alguns adicionais de vozes foram inseridos posteriormente. “Tentamos reproduzir no disco o que vínhamos fazendo no palco. Mas é normal que as músicas fiquem um pouco diferente nos shows, porque estamos tocando com uma maior liberdade. Uma maneira de flertar com o jazz”.
O álbum é um marco na carreira de Zé Renato não apenas pela formação diferenciada, como também pela maneira com que os recursos foram angariados. A arrecadação aconteceu via internet, junto aos fãs, por meio do site Catarse – o tal comentado crowdfunding.
Shows
Além da carreira solo, Zé Renato tem viajado pelo país com o Boca Livre para divulgar o disco “Amizade”, vencedor semana passada do Prêmio da Música Brasileira, na categoria Melhor Grupo de MPB. O Boca Livre se apresenta dias 6 e 7 de junho no Teatro Bradesco, com o Cobra Coral.
Zé Renato vem à capital mineira também no próximo dia 31, em um show dentro do projeto “Bom de se Ouvir, Bom de se Aldir”, uma homenagem do CCBB a Aldir Blanc.