Zeta Filmes amplia seu espectro e agora é distribuidora

Paulo Henrique Silva - Do Hoje em Dia
21/01/2013 às 12:37.
Atualizado em 21/11/2021 às 20:50
 (Peccapics/Divulgação)

(Peccapics/Divulgação)

"Filmes que você só verá na Mostra Indie". Durante boa parte da trajetória do festival criado em Belo Horizonte, em 2001, a frase virou uma espécie de selo de qualidade, garantia de acesso a uma seleta programação de longas-metragens independentes não raro desprezada pelos distribuidores e exibidores do país.

Doze edições depois, o mercado finalmente começará a receber essa produção. A iniciativa é da Zeta Filmes, mesma empresa por trás da realização da Mostra Indie. "A gente trabalha todo o processo dos filmes, da seleção à legendagem e divulgação, como uma distribuidora. Foi um passo natural", afirma Daniella Azzi.

Um dos proprietários da Zeta, ao lado da irmã Francesca Azzi e de Eduardo Cerqueira, Daniela adianta um pacote de quatro filmes para o primeiro semestre de atividades da nova distribuidora. Um deles é o badalado "Caverna dos Sonhos Esquecidos", documentário do diretor alemão Werner Herzog, produzido em 3D.

Pontapé

O interesse de um cinema em São Paulo, o CineSesc, em exibir comercialmente o filme de Herzog foi o pontapé que o trio precisava para abrir as portas desse braço. Depois de estrear na capital paulista, o documentário percorrerá as salas de arte do país, devendo ganhar as telas de Belo Horizonte em março.

Os próximos títulos da Zeta a serem lançados são "Deixe a Luz Acesa", do americano Ira Sachs; "Hotel Mekong", do premiado cineasta tailandês Apichatpong Weerasethakul; e o cultuado drama húngaro "Apenas o Vento", dirigido por Benedek Fliegauf. "Cada filme terá uma estratégia de lançamento", explica Cerqueira.

No caso de "Hotel Mekong", por exemplo, por ser um média-metragem, a preferência deve recair por um lançamento "menor", com sessões especiais que atraíam conhecedores da obra de Apichatpong, tido como uma das vozes mais originais do cinema atual, e ganhador do Festival de Cannes de 2010, por "Tio Boonmee, que Pode Recordar Suas Vidas Passadas".

Não é a primeira vez que a Zeta abre uma distribuidora. Houve uma tentativa no início da década de 2000. "Não estamos considerando como uma volta, porque, naquela época, era tudo mais difícil. A circulação de informação era mais difícil, só tínhamos grandes distribuidoras e os filmes eram em película", assinala Daniella.

Digital

"Com o digital, se tornou mais viável, já que as cópias são mais baratas", observa Cerqueira. Outro trunfo a favor da Zeta é a restrição do mercado em relação aos filmes de arte. "Temos uma carência desse tipo de produção mais independente no circuito brasileiro", completa o proprietário.

O segundo pacote começará a ser analisado com a seleção dos filmes para a 13ª edição da Mostra Indie, que acontecerá de 5 a 12 de setembro, em Belo Horizonte, e de 19 a 26 do mesmo mês, em São Paulo. O leque é muito grande, pois o festival exibe mais de 100 produções em sua programação.

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