(Arquivo Hoje em Dia)
Os desafios de um artistas para alcançar o sucesso são muitos. E mais difícil que chegar é se manter sempre em alta. É quase impossível hoje no Brasil alguém que não conheça um pouco da história dos "Dois Filhos de Francisco”. Zezé Di Camargo e Luciano, uma das duplas sertanejas mais respeitadas e queridas do Brasil, são um dos maiores exemplos de como construir uma carreira bem sucedida.
Há 23 anos na estrada e com mais de 36 milhões de cópias, a dupla vem a Belo Horizonte neste sábado (24), na Lagoa dos Ingleses, com a turnê “Sonhos de Amor”, na festa em que se comemora o primeiro ano de atividades da Wood’s BH.
Intitulado ‘Uma Tarde de Buteco’, o evento promete uma apresentação mais descontraída da dupla. Entre o repertório estão muitos sucessos, como: “É o amor”, “Pior é te perder”, “A ferro e fogo”, “Como um anjo”, “Pra não pensar em você”. Serão 25 músicas escolhidas a dedo dentro de dezenas de hits.
A produção do evento também promete ser um dos pontos altos da festa. Para cada música, há um cenário e iluminação únicos com efeitos que não cabem em explicação. Um dos momentos mais emocionantes do show é a participação virtual da cantora Paula Fernandes na canção “Criação Divina”. Uma grande estrutura preparada em uma das regiões mais bonitas da Região Metropolitana de Belo Horizonte. Depois do evento, a festa continua na boate Wood’s com a presença do Danilo Bottrel e a dupla Anselmo e Rafael.
Assista ao clipe de “Criação Divina”:
Antes de chegarem à capital mineira, Zezé de Camargo e Luciano conversaram com a reportagem do Hoje em Dia e falaram um pouco do gosto musical da dupla e do 23º CD de carreira, intitulado “Teorias de Raul”, que será lançado em breve.
Tem algum artista com quem gostariam de dividir o palco?
Zezé - Tem os que já se foram. O Raul Seixas mesmo é um ídolo, inspirou nosso 23° álbum – “Teorias de Raul”. Tenho toda a discografia dele em vinil, sempre gostei de sua linguagem. No estúdio, o CD foi caminhando para isso, pela maneira simples e, ao mesmo tempo, sofisticada, de escrever.
Vocês têm recordação da época de adolescência, de infância, de qual foi o primeiro show que vocês viram como público?
Luciano - A primeira vez que fui em um show foi do Zezé, quando ele era de outra dupla.
Se vocês fossem produzir um festival, quem estaria no seu line-up?
Zezé - Dificil resposta. Eu convidaria o Gusttavo Lima, Luan Santana, Wanessa, minha filha...rs
Luciano - Todos estes e também meu filho, Nathan Phillipe, que tem uma dupla Dablio e Phillipe.
Qual é o grande ídolo da música de vocês? Já tiveram a oportunidade de conhecê-lo pessoalmente?
Zezé e Luciano - Temos grandes ídolos. O Roberto Carlos é um deles. Já tivemos a chance de cantar com ele em seus especiais. Emoção sem igual.
Tem algum artista com quem vocês gostariam de dividir o palco e ainda não tiveram oportunidade?
Zezé - Tem aqueles que já se foram. O Raul Seixas mesmo é um ídolo nosso. Inclusive, nosso 23° álbum de carreira é inspirado nele. O disco chama-se Teorias de Raul. Tenho toda a discografia dele em vinil. Sempre gostei da linguagem do Raul. Dentro do estúdio o CD foi caminhando para isso, pela maneira simples de escrever e ao mesmo tempo sofisticada. É o que basta para encontrarmos uma forte identidade entre artistas de estilos aparentemente distintos. No contexto “toca Raul”, coro que o roqueiro baiano provocava na sua plateia, convém lembrar que ele habita nossa memória afetiva desde sempre.
Luciano - Raul é sensacional. Em 1994, regravamos “Tente Outra Vez”, que ficou na nossa turnê até 2000. Sempre fui adepto das ideias do Raul. Ele é um transgressor, um roqueiro que avacalhava no bom sentido, mas de alma romântica. Somos fãs!
Lembram qual foi o primeiro disco que vocês compraram ou que ganharam?
Luciano - O meu primeiro disco que comprei foi do Zezé Di Camargo, quando ele era solo.
Zezé - Tem muitos especiais, Tonico e Tinoco.
Monte uma lista de músicas ou de bandas que vocês recomendariam a um amigo.
Zezé - Tem tanta gente especial. Difícil citar todos. Gusttavo Lima tem o CD novo que eu produzi “O Outro lado da moeda”, belíssimo trabalho. No nosso CD “Teorias de Raul”, Gusttavo participa em duas faixas: “Se For Para Judiar”, cuja letra é assinada por ele, e “Do Outro lado da Moeda”, que tem de fato sua voz e surge aqui como um bônus, já que foi gravada, originalmente, para o CD de Gusttavo.
Luan Santana tem canções lindíssimas, “Te Esperando”, que fizemos com ele no especial da Globo, ano passado.
Wanessa também com as músicas “Turn It Up” e “Shine It On” e meu sobrinho Nathan Phillipe, com sua dupla Dablio e Phillipe, e a música “Lado Indecente”.
Luciano - O Marcos e Belutti tem “Domingo de Manhã”, linda música que está bem nas rádios. Israel e Rodolffo, outra dupla que admiro. Deles sugiro a “Marca Evidente” e “Bem apaixonado”. Dablio e Phillipe eu também indico super e a música “Lado Indecente”
Cada fã tem uma música da dupla que não pode faltar no show. Mas e para Zezé de Camargo e Luciano, qual música não pode deixar de ser tocada?
Luciano - O começo de tudo foi com “É o Amor”, música especial pra nós.
Belo Horizonte é a capital mundial dos botecos. Qual a expectativa de fazer este show em clima de barzinho?
Zezé - Verdade...O pessoal até brinca, já que em BH não tem praia, vamos pro bar...(rs). Expectativa maravilhosa, sempre. Cantar neste primeiro aninho da Wood´s também é sensacional. Casa bacana. Pra gente, uma das melhores casas sertanejas.
Qual é a comida mineira favorita da dupla e quais os locais favoritos deles em BH?
Luciano - Não temos uma preferida. A comida mineira é bem parecida com a Goiana. Amamos tudo!
Além do carisma e do talento, como vocês buscam ganhar novos fãs e concorrer com o chamado sertanejo universitário?
Zezé - Não existe diferença entre o sertanejo que fazemos e o dito sertanejo universitário. Eles apenas regravaram músicas de sucesso com um “pit” (levada mais rápida). Exemplo: “Como um Anjo” - sucesso nosso de 1994 - e “Você vai ver”, músicas que ainda estão na cabeça das pessoas, mas que estouram agora nas vozes de artistas do chamado sertanejo universitário, como César Menotti e Fabiano. Eu sou a favor de trabalhos inéditos. A não ser que você faça o que a gente fez há 5 anos com o “Doublé Face” e, recentemente, com Sonhos de Amor. Mas se os novos artistas regravam nossos sucessos não tem nada demais.
Não gosto do rótulo universitário. O que todos fazem é sertanejo e ponto. Pra que rótulos? Porque tem dupla que tem 20 anos de carreira, como João Bosco e Vinícius e outros 10 anos como João Neto e Frederico, que são nossos amigos, que estão na estrada há muito tempo e fazem um belíssimo trabalho. Eles cantam sertanejo.