Enviado da ONU pede trégua durante festa muçulmana

Folhapress
21/10/2012 às 15:21.
Atualizado em 21/11/2021 às 17:25

O mediador internacional Lakhdar Brahimi fez hoje um apelo para que as duas partes em conflito na Síria proclamem um cessar-fogo durante a festa muçulmana do Aid al Adha, que é celebrada no dia 26 de outubro.  Este pedido de Brahimi, que se reuniu com o presidente sírio Bashar al Assad em Damasco, acontece quando as violências já deixaram mais de 34 mil pessoas mortas, segundo ONGs presentes no local.    "Peço a todos, a cada sírio, nas ruas, nas aldeias, aos combatentes no exército regular sírio e aos opositores, que tomem uma decisão unilateral de cessar as hostilidades por ocasião do Aid al Adha e que essa trégua seja respeitada a partir de hoje ou amanhã", afirmou à imprensa após a reunião. Brahimi, emissário da ONU e da Liga Árabe, afirmou que esta se trata de uma iniciativa pessoal e não de um detalhado plano de paz.    Depois assinalou que entrou em contato com os dirigentes da oposição civil dentro e fora da Síria e com grupos armados dentro do país. "Encontramos uma recepção muito favorável ao nosso chamado", afirmou.    "Voltaremos à Síria depois do Aid e, se realmente for instaurada a calma durante a festa, continuaremos trabalhando para conseguir uma trégua duradoura", acrescentou.  Distante    Mas a trégua parece distante. Hoje, dez pessoas morreram e outras 15 ficaram feridas na explosão de um carro-bomba ocorrida diante de uma delegacia de polícia de um bairro cristão no setor antigo de Damasco, segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH). Este é o primeiro atentado ocorrido neste bairro, um dos mais antigos da capital.    Por temer os islamitas, a hierarquia cristã e boa parte desta comunidade tomou partido do regime de Bashar al Assad. Nos subúrbios rebeldes de Damasco e em Aleppo os violentos confrontos prosseguiam entre o exército e os rebeldes.    O regime bombardeou a cidade de Harasta, 10 km a nordeste da capital, as plantações da cidade vizinha de Duma, a localidade de Zamalka e os povoados de Ghuta oriental.    Em Aleppo, um carro-bomba explodiu no bairro de Al Sirian, provocando feridos, enquanto que vários outros bairros, entre os quais Bab al-Nasr e Qastal, foram bombardeados.    Estas violências também acontecem um dia depois de um novo dia sangrento que deixou 130 mortos em toda a Síria.    Líbano    No vizinho Líbano, milhares de pessoas participaram hoje, em Beirute, de uma manifestação em massa contra Damasco por ocasião dos funerais de um alto chefe da polícia, assassinado na sexta-feira.    A oposição libanesa acusou o regime de Bashar Al Assad por assassinato.  O poder em Damasco denunciou um "ato covarde e terrorista", mas não reagiu publicamente às acusações da oposição libanesa.

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