Envolvido em acidente que matou seis pessoas se apresenta

Agência Estado
Publicado em 30/09/2013 às 15:15.Atualizado em 20/11/2021 às 12:54.

O motorista Paulo Henrique Batista, de 22 anos, suspeito de participar de um racha que levou ao atropelamento e à morte de seis pessoas em Mogi das Cruzes, no domingo (29) se apresentou por volta das 10h desta segunda no 2º DP da cidade, na Grande São Paulo. Ele estava foragido desde a madrugada de sábado, quando ocorreu o acidente.

Batista estaria disputando corrida com o pedreiro Reginaldo Ferreira da Silva, de 41 anos. Silva perdeu o controle de seu Monza em uma curva na Avenida Japão, capotou e acertou oito jovens que fumavam narguilé em um terreno - dois escaparam com ferimentos sem gravidade.

O pedreiro foi preso em flagrante logo após o acidente, acusado de homicídio doloso e embriaguez ao volante. À Polícia Civil, ele disse que disputava um racha com Batista, que estava em um Pálio. "Ele me provocou e eu fui atrás", afirmou às autoridades.

Segundo a polícia, Silva disse que queria "revidar" a ultrapassagem de Batista. Com mais quatro amigos, ele iniciou então uma disputa com seu Monza - que tinha direção e pedais de competição.

Batista fugiu sem prestar socorro e o carro foi localizado pela polícia no domingo. Seu advogado, Francisco Alves de Lima, disse à polícia que Batista não teria prestado socorro às vítimas por medo de linchamento e a defesa nega que tenha ocorrido um racha. Segundo o advogado, o pedreiro "ficou bravo" após ser ultrapassado por Batista e decidiu acelerar para ultrapassá-lo.

Enterro e protesto

No velório comunitário na Igreja São Judas Tadeu, no bairro Jardim Santo Ângelo, em Mogi das Cruzes, familiares e amigos estavam revoltados e pediam Justiça. Por volta das 17h de domingo as cinco vítimas - Lucas Baptista Lopes, de 13 anos; Jeferson Andrade Nunes, de 17; Herick Henrique Pereira, de 17; Rebert Nascimento Silvério, de 19; e André Francisco Duarte, de 22 - foram enterradas sob forte comoção e indignação no Cemitério da Saudade. A sexta vítima, Patrícia Fontana Rieper, de 19 anos, já havia sido sepultada no Cemitério Parque das Oliveiras.

À noite, cerca de 50 pessoas ainda faziam um protesto na Av. Japão, com barreiras de fogo. A polícia usou bombas de efeito moral para dispersar o grupo. "As pessoas pensam que é pista de corrida" criticou Yanca da Silva, de 17 anos, irmã de um dos mortos na tragédia.


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