Epamig desenvolve pesquisa pioneira da cadeia produtiva da macaúba

Jornal O Norte
25/01/2010 às 10:08.
Atualizado em 15/11/2021 às 06:18

Pesquisa pioneira realizada pela Epamig - Empresa de pesquisa agropecuária de Minas Gerais estuda a cadeia produtiva da segunda maior planta produtora de óleo do mundo, a macaúba. O estudo é desenvolvido por meio do projeto Emergência de arranjos produtivos de oleaginosas perenes, no cerrado brasileiro: o caso da cadeia produtiva do biodiesel da macaúba no município de Montes Claros - MG, aprovado pelo ministério do Desenvolvimento Agrário e CNPq e coordenado pelo pesquisador da Epamig José Carlos Fialho.

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A pesquisa tem por objetivo estudar a rentabilidade


econômica e a produção de óleo da macaúba.


A pesquisa tem por objetivo estudar a rentabilidade econômica e a produção de óleo da planta, além de prospectar futuras pesquisas e desenvolvimento de produtos nas diferentes etapas do processo produtivo.

- Identificaremos os problemas nas áreas de colheita e armazenamento e, em seguida, repassaremos as informações para toda a cadeia produtiva. É uma grande oportunidade para os produtores avaliarem o custo-benefício da atividade - afirma o pesquisador.

Ele diz também que essa pesquisa visa, principalmente, a utilização de óleo para biodiesel. 

- Montes Claros tem uma usina de biodiesel e a demanda por óleo é muito grande - diz.

Ele explica que existe pesquisa de identificação do maciço (uma das principais áreas da macaubeira), mas da cadeia produtiva é o primeiro estudo. 

- Esse projeto dará também oportunidade para outros pesquisadores trabalharem com melhoramento, adubação e controle de pragas da planta - afirma.

O projeto teve início em fevereiro de 2009 com previsão para o relatório final em 2011. Segundo o pesquisador Fialho, já estão em elaboração projetos para continuidade do estudo da macaúba que serão enviados às fontes fomentadoras de pesquisa.

BENEFICIAMENTO DO ÓLEO

No Norte de Minas, a exploração em sistema extrativista acontece em pequena escala. Na comunidade do Riachão, na Zona Rural de Montes Claros, a associação comunitária dos pequenos produtores rurais de Riacho Dantas e adjacências, através da UBCM - Unidade de beneficiamento de coco macaúba, extrai óleo de planta nativa. Criada com recursos do PCPR - Programa de combate à pobreza rural, a UBCM conta com a participação de 42 produtores associados dos municípios de Montes Claros, Mirabela, Brasília de Minas e Coração de Jesus.

Segundo o presidente da associação, Agnaldo Fonseca, são cerca de 200 famílias envolvidas na extração do óleo destinado a fabricação de sabão (devido à baixa qualidade do fruto catado do chão), e para cosméticos, feito com os frutos de melhor qualidade. Agnaldo disse que ainda não conseguem produzir óleo em grande escala.

- Alguns produtores têm investido em produção de mudas, na tentativa de aumentar a oferta - diz.

PRODUÇÃO DE MUDAS

Na Epamig Triângulo e Alto Paranaíba, há pesquisa de produção de mudas de macaúba, coordenada pela pesquisadora Maria Eugênia Lisei. Ela explica que os produtores já podem ter acesso a essas tecnologias geradas.

- Estão disponíveis tecnologias, economicamente viáveis, de propagação por semente. O método é acessível ao produtor - afirma.

A pesquisadora afirma que, dentre as principais limitações para o estudo do potencial da macaúba, pode-se citar a falta de conhecimento de matrizes produtivas e adequadas ao cultivo comercial, além da dificuldade para a propagação natural da planta.

- Para produção de muda em larga escala, há necessidade de metodologia eficiente de multiplicação clonal que seja economicamente viável e, nesse sentido, a propagação por semente é uma boa alternativa - diz.

Através de materiais coletados pela Epamig, UFV e Embrapa está sendo criado um banco de germoplasma da macaúba. Os pesquisadores utilizarão a biologia molecular para identificar a diversidade dos materiais genéticos encontrados. (Fonte: Agência Minas)

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