A Polícia Civil do Distrito Federal abriu inquérito para responsabilizar o motorista Francisco Rocha Alves por homicídio culposo. Ele dirigia o ônibus escolar que na noite de terça-feira e tentou passar com o veículo por um ponto de alagamento, sob um viaduto localizado embaixo de uma linha de metrô em Ceilândia, quando o carro quebrou e foi tomado pela água. Testemunhas disseram que a água chegou a dois metros de altura, cobrindo boa parte do veículo. Uma das 21 crianças que estavam no ônibus morreu afogada.
O delegado da 15ª DP, em Ceilândia, Mauro Leite, disse que o motorista do ônibus deve ser indiciado porque existe a suspeita de que ele tentou atravessar a área alagada em vez de parar o ônibus, causando o acidente. Segundo relato das crianças, o condutor foi alertado para não tentar ultrapassar o ponto de alagamento. Giovana Moraes de Olivera, de 6 anos, chegou a ser socorrida, mas os médicos constataram a morte por afogamento. Havia 25 passageiros no veículo, sendo dois adultos.
Quatro crianças precisaram ser internadas por terem ingerido grande quantidade de água. Três tiveram alta na manhã desta quarta-feira. De acordo com o hospital, o estado de saúde da que permanece internada é estável, porém, ela reclama de dor de cabeça.
Segundo o Corpo de Bombeiros, o motorista Francisco Rocha Assis tentou passar com o veículo por um ponto de alagamento, sob um viaduto, quando o carro quebrou e foi tomado pela água.
Com a forte chuva, o veículo que estava lotado, inundou. De acordo com testemunhas, a água chegou a dois metros de altura, cobrindo o ônibus escolar.
O acidente aconteceu próximo à escola EC 08. Segundo depoimentos de uma das vítimas à polícia, o motorista teria fugidonadando, deixando os 25 ocupantes do veículo.
O sargento do batalhão escolar da PM Etelmo Rodrigues, ao perceber que faltava uma criança, mergulhou no interior do escolar e encontrou Giovana Moraes de Oliveira, de 5 anos. Ele conseguiu soltá-la e levar a menina para o teto do veículo. "A água estava até o teto. Então, eu tentei (resgatá-la) pela primeira vez e nada. Aí subi (depois de mergulhar). Eles (as crianças) insistiram: 'ela está lá, ela está lá'. Aí tentei uma segunda vez e fui tentar localizá-la. E consegui. Ela estava presa ao cinto", relatou.
Giovana chegou a ser atendida pelos bombeiros, mas não resistiu e morreu por afogamento.
O motorista, Francisco Alves prestou depoimento nesta quarta-feira na delegacia de Ceilândia e afirmou que deixou o local para pedir socorro. De acordo com o delegado que cuida do caso, ele poderá responder por homicídio culposo, quando não há intenção de matar.
Atualizada às 22h50