A sustentabilidade está na ordem do dia em todas as atividades sociais. É inconcebível a desvinculação de qualquer segmento com as preocupações inerentes ao futuro das próximas gerações.

O momento é de inflexão no atual modelo planetário de desenvolvimento, que compromete a manutenção das diversas formas de vida, inclusive a humana. Neste contexto, a gastronomia, com sua cadeia de valor extensa e diversa, tem muito a contribuir.

A gastronomia hoje é mais do que uma cozinha de qualidade. Ela envolve aspectos sociais, ambientais, nutricionais e éticos. Seu crescimento tem potencial para trazer equidade, sustentabilidade e oportunidade de desenvolvimento para os povos.

Com efeito, a gastro(eco)nomia tem importante papel no processo de metamorfose pelo qual passa a economia mundial, onde os impactos da sustentabilidade nas agendas setoriais estão sendo redimensionadas.

Empreendimentos gastronômicos disruptivos surgem todos os dias, apresentando em comum a adoção de práticas que visam a melhoria da qualidade de vida e a manutenção dos recursos naturais.

A nova figura do consumidor-cidadão recepciona com entusiasmo o novo paradigma, associando-se ao produtor para garantir a biodiversidade e a qualidade dos produtos.

A construção de uma narrativa em torno do alimento permite a compreensão da amplitude política e politizadora presente nos atos de produzir comida e de comer.

Negócios socialmente inclusivos, comércio justo e produtos éticos são novos repertórios de atuação política da sociedade contemporânea.

Para exercê-la, é preciso ampliar conceitos relativos à chamada Gastronomia Verde ou Ecogastronomia, de forma a evitar abordagens reducionistas.

Quando escolhemos um alimento proveniente da produção familiar, por exemplo, estamos agindo com ativismo e nos posicionando a favor de um sistema de produção que valoriza o produtor, preserva o emprego no campo e respeita o meio ambiente.

Consumidores atentos e bem informados observam não só o preço do produto, mas também a qualidade, a origem, as informações sobre os impactos sociais e ambientais causados pelo fabricante.

Sob outra perspectiva, tal comportamento também pode ser considerado instrumento de resistência à estandardização dos modelos de produção e consumo vigentes.

A gastronomia mineira, que sempre acompanhou atenta a diretiva mundial pela sustentabilidade, assume agora também um papel proativo. Será lançado, durante a programação da Semana da Gastronomia, no início de julho, o Pacto pela Sustentabilidade.

Trata-se de um conjunto de ações propostas pelos mais representativos integrantes do setor gastronômico em Minas, visando unir esforços para a implementação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis – ODS – lançados pela ONU, no final de 2015.

Em breve o documento estará em processo de Petição Pública, permitindo o engajamento de todos os interessados em apoiar as propostas.

É a gastronomia mineira dando sua contribuição para o desenvolvimento sustentável do planeta. Venha fazer parte!

(*) Deputado estadual e presidente do PV – MG e Coordenador da Frente da Gastronomia Mineira