Antes de a Copa Libertadores proporcionar ao Atlético a chance de fazer a maior venda de sua história, foi a Copa do Mundo de 2002 a grande responsável pela transação recorde de jogador do Galo, até então. Nesta sexta-feira (30), se comemora os 15 anos do Penta, o quinto mundial da Seleção que teve o volante Gilberto Silva como destaque.

Foi a única vez que um jogador do Atlético venceu a maior competição do futebol como titular da Seleção Brasileira. O camisa 8, atuante em todos os sete jogos da campanha vitoriosa, foi vendido ao Arsenal cerca de 30 dias depois de levantar o troféu, bela bagatela de 8,75 milhões de dólares. O que na época representava R$ 26,3 milhões. O Galo embolsou 80% do valor total, recebendo R$ 21 milhões, ou 105 mil vezes o salário mínimo da época (R$ 200).

Já Bernard foi vendido por 25 milhões de euros ao Shakhtar Donetsk, o que representava R$ 77 milhões há quatro anos. O Atlético teve direito a 75% do bolo. Ou seja, levou para casa R$ 57,7 milhões, que davam 79 mil vezes o valor do salário mínimo de 2013 (R$ 724).

Posteriormente, a venda de Diego Tardelli para o Anzhi, em 2011, também entrou para a lista das maiores vendas do Galo - 8 milhões de euros. Ainda houve a saída de Jemerson por 10 milhões de euros ao Monaco, em 2016, e a recente venda de Lucas Pratto ao São Paulo por cerca de 11,5 milhões de euros.

AJUDA PARA O CT E AÇÕES TRABALHISTAS

A venda de Gilberto Silva proporcionou ao Atlético pagar dívidas trabalhistas, salários atrasados e também alavancar as obras da Cidade do Galo, ajudando diretamente a tornar o CT alvinegro num dos melhores do mundo. 

A saída do pentacampeão mundial ao Arsenal, entretanto, teve um efeito colateral na Justiça. Gilberto entrou com uma ação contra o Galo, reclamando reivindicando salários atrasados e não pagamento de gratificações. 

Quando retornou ao Atlético para ser campeão da Libertadores, o então zagueiro/volante encerrou a carreira por não conseguir recuperar de lesão no joelho e ingressou nova ação trabalhista contra o clube alvinegro.

PRESENÇA DE KALIL
Tanto em 2002, quanto em 2013, as grandes vendas da história do Atlético tiveram uma figura central: Alexandre Kalil. Primeiro, com Gilberto Silva, o agora prefeito de Belo Horizonte era o presidente do Conselho Deliberativo do Atlético, e cuidava do futebol. Naquela época, Ricardo Guimarães assumiu a presidência com o afastamento de Nélio Brant.

Em 2013, Kalil venceu a Copa Libertadores pelo Atlético e bateu o martelo para mandar Bernard até a Ucrânia, na maior transação do futebol atleticano, a sétima maior da história do futebol brasileiro.