A batalha por uma vaga

Felipe Torres e Wallace Graciano - Hoje em Dia
08/06/2014 às 09:17.
Atualizado em 18/11/2021 às 02:55

(Vander Roberto)

RIO DE JANEIRO – Num setor em que os volantes são maioria, pois conta com cinco jogadores da posição – Luiz Gustavo, Paulinho, Ramires, Hernanes e Fernandinho – a grande briga deve ser mesmo pela função de meia, que envolve apenas dois atletas: Oscar e Willian. E a disputa pelo direito de organizar o meio-campo canarinho toma um rumo perigoso, que pode até abalar as relações da Família Scolari.

Após a vitória de 1 a 0 do Brasil sobre a Sérvia, na última sexta-feira, no Estádio do Morumbi, em São Paulo, quando começou como titular, mas depois foi substituído, Oscar rasgou o verbo: “Estão querendo colocar o Willian e me tirar, só pode. Só falam de mim e dele”.

E na defesa da sua condição de titular, o jogador recorreu ao seu rendimento recente pela Seleção Brasileira. “Contra a África do Sul fiz gol e fui um dos melhores. Em Goiás dei passe para gol e agora, a um jogo, todos querem me tirar. Não sei o que está acontecendo que falam que estou mal”, desabafou Oscar.

GRANJA COMARY

Apesar da intenção de Luiz Felipe Scolari de manter no Mundial a equipe titular que conquistou a Copa das Confederações, no ano passado, as duas primeiras semanas de treinamentos e jogos evidenciaram que, na função de armação, o reserva vive um momento melhor que o titular.

E essa situação já era vivida na reta final da temporada europeia, onde os dois atuam, defendendo o mesmo clube, o Chelsea, da Inglaterra. Lá eles não chegam a brigar por posição, pois Oscar é usado na armação pelo técnico português José Mourinho, mas Willian atua mais pelos lados do campo, quase que como um ponta.

Neste ano, Oscar sofreu com lesões e ficou de fora do time inglês no momento mais importante da temporada europeia, pois perdeu as duas partidas contra o Atlético de Madrid, da Espanha, nas semifinais da Liga dos Campeões. O motivo foi uma lesão muscular.

Essa queda de produção de Oscar provocou inclusive uma reação de José Mourinho, que no início de maio foi duro com o jogador na análise da sua produção na temporada. “Ele foi o nosso melhor jogador por meses, de agosto a dezembro. Ele foi fantástico. Depois disso, teve altos e baixos, tentando se destacar em alguns jogos, mas não conseguindo, tendo dúvidas em jogos grandes demais para hesitar, e chegou ao momento crucial da temporada em baixa”, afirmou Mourinho.

Apesar da crítica direta, o treinador português disse acreditar na recuperação do jogador para a disputa da Copa do Mundo.

Nascimento

O ponto alto do questionamento a Oscar acabou sendo fruto de um dos grandes momentos da sua vida pessoal. Na quarta-feira, o jogador foi liberado pela comissão técnica para acompanhar, em Americana, interior de São Paulo, o nascimento da filha Júlia. Willian assumiu a sua posição e mostrou um rendimento superior.

Surgiu assim a dúvida sobre quem seria titular diante da Sérvia, na última sexta-feira, no Morumbi. Felipão optou por manter Oscar, que depois deu lugar a Willian.

De toda forma, fica a dúvida sobre quem vai armar o jogo da Seleção Brasileira na Copa do Mundo. Cabe a Scolari tomar a decisão, sem que isso afete a família.

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