(Alexandre Simões)
Com o filho no cangote e a filha nos braços, o zagueiro Bruno Rodrigo deixou o Mineirão às 22h40 desta segunda-feira (11) carregando nas costas o momento mais difícil vivido por ele no Cruzeiro.
Os poucos torcedores que estavam no local não esboçaram nenhuma reação. Nem vaias, que o acompanharam após o erro no primeiro gol do Atlético -PR, nem pedido de autógrafos ou fotos, situação que acompanhou o zagueiro nos tempos do bicampeonato brasileiro.
Ainda no gramado, Bruno Rodrigo já tinha assumido a responsabilidade pelo erro, pela derrota, pela noite trágica. Um gesto nobre, de quem naquele momento parecia buscar o conforto da inocência dos filhos.
O silêncio dominava o ambiente. A impressão era de uma fossa mútua. Do zagueiro que não consegue se livrar das falhas. E dos torcedores que acompanham um dos símbolos do time de 2013 e 2014 num momento irreconhecível.
Bruno Rodrigo colocou os filhos no banco de trás da sua caminhonete preta, ajeitou algumas coisas no porta-malas e partiu.
Único jogador confirmado pelo técnico Paulo Bento em entrevista coletiva para o jogo de domingo (17), no Rio de Janeiro, contra o Fluminense, Bruno Rodrigo era o retrato da decepção que tomou conta do Mineirão.
E que foi evidente minutos antes, na esplanada, pela reação dos torcedores enquanto deixavam o estádio. Não havia nervosia, mas espanto. Parecia nítido o medo pelo pior momento do Cruzeiro nos últimos tempos.
As conversas eram baixas, reservadas, mas era possível ouvir que incomodava o fato de o time buscar uma reação na partida com Allano, Riascos e Gino, peças lançadas por Bento quando o Cruzeiro já estava atrás no placar.
Nem o goleiro Fábio foi poupado por alguns, que garantiram ter havido desrespeito por parte dele com a torcida.
Não foi uma noite qualquer. A segunda entrou para a história do Cruzeiro. Negativamente, mas entrou. E o desafio, nas longas 24 rodadas que o time ainda disputará neste Campeonato Brasileiro, é fazer com que ela não se transforme no símbolo de uma Segundona.
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