(FMF/Divulgação)
Jogo de cartas marcadas e ameça de morte a árbitro. A primeira passagem do Tricordiano pelo Módulo I do Campeonato Mineiro dificilmente será esquecida. O time que encerra sua participação na competição no próximo domingo (10), encarando o Atlético, às 16h, no Independência, é pivô das duas maiores confusões do torneio.
Após a derrota de 1 a 0 para a URT, em Patos de Minas, no dia 13 de março, o clube publicou em sua página oficial no Facebook um comunicado em que insinuava que a Federação Mineira de Futebol (FMF) manipulava os resultados do Estadual. A diretoria do Tricordiano recuou, reconheceu que a página era mesmo do clube, mas fez um pedido de desculpas à FMF.
Na noite do último sábado (2), a revolta da diretoria do Tricordiano com a derrota de 1 a 0 para o Tupi, que deixa o time em situação complicada na briga contra o rebaixamento, foi explosiva. E até ameaça de morte o árbitro Gabriel Murta Barbosa Maciel recebeu.
Confira, na íntegra, a súmula do confronto:
*** O médico da equipe C. A. Tricordiano, atendeu ambas as equipes, conforme acordo celebrado entre as partes. ***
*** O gramado está em condições ruins, com irregularidades e buracos. ***
*** Durante o intervalo da partida, o Sr. Alisson Veloso Ricardo, diretor de futebol da equipe C. A. Tricordiano invadiu o campo de jogo veio em direção à equipe de arbitragem me ofendeu e ainda em tom ameaçador disse: “Gabriel, você é um bosta! Veio aqui a mando da Federação pra fazer resultado. Você não sai daqui hoje! Vamos te pegar! Vai se f...!
Ladrão! Relato ainda, que este senhor estava acompanhado pelo, Sr. Rachid Gadbem Neto, auxiliar técnico da equipe C. A. Tricordiano e este também me ofendeu, dizendo:
“Babaquice isso tudo! Vai tomar no c... seu safado, ladrão! “Fazedor” de resultado! Foi necessária a intervenção da Polícia Militar, uma vez que os mesmos estavam muito exaltados e se mostravam dispostos a nos agredir, não fosse a segurança oferecida pelos policiais.***
*** Excluí do banco de reservas, o auxiliar técnico do C. A. Tricordiano, Sr. Rachid Gadbem Neto, por invadir o campo de jogo, após o término do primeiro tempo e me ofender, como descrito acima. ***
*** Durante o segundo tempo, aos 31 minutos, após o gol marcado da equipe do Tupi F. C., torcedores do C. A. Tricordiano, cuspiram, jogaram cerveja e água nos atletas suplentes e comissão técnica da equipe do Tupi, de acordo com os relatos de integrantes da comissão técnica ao quarto árbitro que me informou do ocorrido via rádio. Esse fato iniciou um pequeno tumulto, só resolvido com a intervenção da Policia Militar. ***
***Aos 41minutos do segundo tempo, excluí o gandula, Sr. Wesley Herbeth Araújo de Faria, por xingar o atleta nº 04 do Tupi F. C. proferindo os seguintes dizeres: “Pau no c..., filho da p...! Vamos te pegar depois!” Ao ser expulso me ofendeu dizendo: “ Vai se f..., ladrão, safado! ***
***Aos 43 minutos do segundo tempo, excluí o maqueiro, Sr. José Augusto de Morais, por, quando estava retirando o atleta nº 08 da equipe do Tupi F. C. para ser atendido pelo médico, o fazia sem nenhum cuidado, saindo apressadamente do campo de jogo e quando o jogador pediu a ele que fosse mais devagar o mesmo o retrucou tendo dirigindo-se ao atleta de maneira desrespeitosa, dizendo: “Não enche meu saco, vai tomar no seu c..., babaca!” Momento este em que eu me aproximei e pedi calma ao mesmo
e ele me ofendeu dizendo: “Vai a merda, babaca! Você é ladrão, filho da p...! Veio pra fazer resultado. Era pra ter dado pênalti aquela hora.” ***
*** O presidente do C. A. Tricordiano, Sr. Gustavo Vinagre, durante os minutos de acréscimo do segundo tempo, tentou invadir o campo de jogo, utilizando-se das escadas do vestiário do clube dirigido por ele, sendo que só não obteve êxito em razão da ação rápida e eficaz da Polícia Militar, que foi solicitada pelo assistente nº 1 , Sr. Pedro Cotta. Após o término da partida, o mencionado presidente persistiu e conseguiu invadir o campo de jogo, muito alterado e aos gritos me ofendeu e ainda ameaçou de morte, quando disse em alto e bom som: “Você acha que vai vim aqui e fazer resultado? Eu vou te matar! Eu sou bandido! Vou encher seu carro de bala! Você não sai daqui hoje! Você veio fazer resultado para a Federação. Você conseguiu tudo que você queria seu safado, ladrão!” Disse também: “Você não vai receber, nunca! Nem vocês nem a Federação!”. O referido se mostrava transtornado, arredio, bastante exaltado e somente com a ação enérgica da Polícia Militar permanecemos em segurança, uma vez que o mesmo incentivava outras pessoas que não conseguimos identificar a fazer o mesmo, inclusive os senhores Alisson Veloso Ricardo e Rachid Gadbem Neto que invadiram o campo de jogo no intervalo e tornaram a invadir após o término da partida. Ao perceber que não conseguiria chegar mais próximo de nós, os mesmos se dirigiram até o portão que dá acesso ao vestiário da arbitragem, onde se encontrava dentro do campo de jogo também o gandula expulso, o qual não se sabe por onde retornou e lá o presidente começou a chamar os torcedores para que estes fossem também para próximo daquele local, no intuito claro de pressionar ou até mesmo de intimidar-nos e dificultar o trabalho da PM e o que de fato aconteceu, pois foram necessários aproximadamente 15 minutos desde o fim
da partida para que pudéssemos sair do campo de jogo e ir para o nosso vestiário em segurança.
Ao chegarmos ao vestiário constatamos que uma das portas foi danificada, ao tentarem arrombá-la, porta esta que dá acesso a um setor debaixo da arquibancada do estádio, onde existe um refeitório e que ainda só poder ser acessado por funcionários, jogadores e dirigentes do clube, pois fomos informados por um funcionário do clube de tal fato quando chegamos ao estádio, sendo que o indagamos a respeito da mesma. Em razão do exposto, diante dos danos causados à porta percebemos que o tal vestiário não é capaz de oferecer toda a segurança necessária para a arbitragem e demais usuários do local. O
vestiário ficou cercado por dezenas de policiais militares e ainda com a presença de 04 milicianos em seu interior junto de nós, a fim de se evitar qualquer problema maior do que os causados pelo presidente do clube, ou até mesmo pelas demais pessoas que este estava incitando contra nós e também os funcionários da Federação Mineira de Futebol.
Permanecemos ali por pelo menos 01 hora e 30 minutos, acuados e temerosos por nossa segurança, uma vez que nos assustamos com a mobilização feita pelo presidente do C. A.
Tricordiano para que fossemos agredidos, ou até mesmo feridos ou mortos como ele mesmo, aos gritos, nos ameaçara tempos antes ainda dentro do campo de jogo. ***
*** Ainda após o término da partida, fui informado pelo representante da FMF, Sr. Sérgio Henrique Romanelli e pelo delegado, Sr. Ricardo Polatti que ambos foram ameaçados por
torcedores após o término do jogo e que estes tentaram invadir o campo de jogo, sendo necessária a intervenção da Polícia. Relataram também que foram atingidos por vários copos plásticos contendo cerveja por estes mesmos torcedores durante o segundo tempo, mas que temiam paralisar a partida e revoltar ainda mais os numerosos e exaltados torcedores trazendo um transtorno ainda maior, naquele momento à continuação do jogo. Fomos informados também, que os fiscais de renda, Sr. Cláudio Henrique Ferreira e Sr. Helber Gugel, na sala destinada ao trabalho destes, foram cercados por torcedores com camisas do C. A. Tricordiano e que só não foram agredidos em razão da ação de policiais que perceberam o fato. ***
*** As taxas e despesas da arbitragem e quadro móvel da FMF não foram pagas. ***
*** Informo ainda, que em razão da falta de segurança para a equipe de arbitragem no estádio e até na cidade, em face de todo o ocorrido, esta súmula não pode ser confeccionada logo após a partida e não havendo local adequado para tal. Temendo ainda pelas nossas vidas ou qualquer tipo de situação extra relacionada aos fatos e ao comportamento dos envolvidos, a Polícia Militar ofereceu escolta por mais 100 quilômetros para nós, oferta esta prontamente aceita pela equipe, sendo assim feita sem nenhum problema. A súmula só foi confeccionada em Belo Horizonte, pois ainda temíamos possíveis ameaças em uma possível parada durante a viagem de retorno a qual fizemos sem interrupções. ***
*** O presidente do C. A. Tricordiano, Sr. Gustavo Vinagre se recusou a assinar o borderô da partida, de acordo com representante do jogo. ***
A súmula será encaminha ao Tribunal de Justiça Desportiva (TJD/MG) para julgamento.