Muita vontade, pouca qualidade. Na noite desta terça-feira (7), o América se mostrou uma equipe mais enérgica em relação ao passado recente. Porém, como não é só de empolgação que se faz um time, a pouca técnica pesou, e o Avaí saiu contente do Independência ao vencer pelo placar mínimo, após um descuido da zaga alviverde.
O resultado até que não foi dos piores, uma vez que o Leão da Ilha perdeu incríveis oportunidades no final do embate, o que não eliminou o jogo de volta. Os clubes voltam a se encontrar na próxima quinta-feira (16), às 19h30, na Ressacada, em Florianópolis. Para o Coelho, só uma vitória interessa para permanecer vivo na Copa do Brasil.
Ânimo
O clima que pairava no ar na noite desta quarta-feira era bastante diferente daquele desânimo geral que resumiu a campanha do América no Campeonato Mineiro, competição que o alviverde sequer conseguiu se classificar para a fase final. Desta vez, os torcedores presentes no Gigante do Horto mostravam empatia com a equipe, que reagia bem no gramado.
Quem estava nas dependências do Independência pôde observar que a equipe de Paulo Comelli ainda está sob reestruturação. O treinador conseguiu mudar a disposição tática do time. Prova disso foi a boa postura defensiva da zaga alviverde perante ao adversário. Não havia mais um buraco entre o meio e os atacantes, uma das principais reclamações de outrora. Porém, apesar da evolução na parte estrutural, a falta de sintonia entre os setores foi evidente, principalmente pelos passes errados nas ofensivas e nas jogadas ensaiadas ainda escassas. A técnica (ou falta dela) foi o diferencial.
Isso, entretanto, não quer dizer que os primeiros 45 minutos foram sonolentos. Pelo contrário. Combativo, o Coelho buscou o gol de forma incessante. Foram três boas oportunidades criadas, que não foram convertidas pela falta de capricho na finalização. Era o que o torcedor americano queria ver. O ímpeto superou a qualidade, mas já era uma grande evolução se comparado ao início do ano.
Queda
A tônica da primeira etapa se repetiu nos 45 minutos complementares. Combativo, o Coelho mostrou determinação para ir em busca da vitória, porém a falta de qualidade no toque final deixava a equipe longe do triunfo. O que mudou foi que o Avaí foi mais preciso desta vez. E mortal.
Após uma saída em ofensiva, aos 16 minutos, o meio-campo do Coelho não se recompôs quando o Leão da Ilha cobrou uma falta rapidamente. Aproveitando o descuido, Roberson achou Reis na entrada da área. O ex-atacante do Cruzeiro não perdoou e chutou no canto destro de Neneca, que nada conseguiu fazer. 1 a 0.
Compacto, o time de Florianópolis soube aproveitar esses pequenos descuidos para chegar com perigo. Apesar de pouco presente no campo de ataque, o Avaí foi dono das principais oportunidades. Em duas, inacreditavelmente a bola não entrou. Aos 32, Diego Jardel perdeu uma chance incrível praticamente debaixo da trave, sem goleiro, ao chutar para fora. Já aos 44, Reis poderia ter despachado o jogo da volta ao ficar cara-a-cara com Neneca, mas deixou o arqueiro evitar o pior.
A mudança de atitude do Coelho foi perceptível se comparado aos jogos do Campeonato Mineiro e o confronto contra o Gurupi. Mas se quiser avançar na Copa do Brasil, a equipe ai precisar trabalhar com mais afinco sua finalização e encaixar as tramas com a bola nos pés. Pareceu até que as únicas jogadas ensaiadas eram as cobranças de lateral...
FICHA TÉCNICA
AMÉRICA 0 X 1 AVAÍ
América: Neneca, Leandro Silva (Patrick), César Lucena, Vitor Hugo, Danilo; Claudinei, Juninho, Rodriguinho, Willians (Kaká); Tiago Alves (Laércio) e Fábio Júnior. Técnico: Paulo Comelli
Avaí: Diego, Arlan, Pablo, Leandro Silva, Julinho (Aelson) (Alef); Alê, Eduardo Costa, Higor, Márcio Diogo (Diego Jardel); Reis e Roberson. Técnico: Ricardinho
Gols: Reis (aos 16' do 2º tempo)
Motivo: Jogo de ida da segunda fase da Copa do Brasil
Data: 7 de maio de 2013
Estádio: Independência
Local: Belo Horizonte
Árbitro: Devarly Lima do Rosário
Auxiliares: Ramires Santos Cândido e Vanderson Antônio Zanotti
Público: 2.392 pagantes
Renda: R$ 19.715,00