Amigo de Medina concorre ao “Oscar” das ondas gigantes

Felippe Drummond Neto - Hoje em Dia
26/12/2014 às 17:01.
Atualizado em 18/11/2021 às 05:29

(Bruno Aleixo/Divulgação)

Quem foi que disse que o surfe brasileiro só se destacou em 2014 com o campeão mundial Gabriel Medina? Amigo do surfista que na última semana entrou para a história com o título inédito, o paulista Rodrigo Koxa acaba de voltar ao Brasil após encarar ondas que chegaram a 33 metros em Nazaré, Portugal. Sobrevivente, ele registrou nesta semana suas ondas no XXL, o “Oscar” que definirá em abril de 2015 o detentor da maior marca desta temporada.

Os atletas inscrevem as ondas do ano e depois vão até o que eles chamam de Oscar das Ondas Gigantes. Aos 35 anos, Koxa foi finalista do XXL em 2012 quando obteve o recorde Sul-Americano e nesta semana inscreveu duas ondas que pegou em Nazaré.

Veja as ondas surfadas por Rodrigo Koxa:

Caçador de ondas gigantes Koxa percebeu nas imagens de satélite e registros de boias espalhadas pelo mundo que uma grande massa oceânica estava a caminho de Portugal e poderia gerar ondas de até 100 pés (33 metros), algo jamais visto. Imediatamente, ele arrumou todo equipamento e embarcou para Nazaré a caminho do maior desafio de sua vida.

“É um trabalho que exige muita dedicação, conhecimento e fatores além da prática do surfe, como física, meteorologia e outras técnicas que nos faz ir de encontro a estas ondas gigantes. Tenho certeza que este foi o maior mar que vi na minha vida, e sem dúvida um dos mais perigosos em que estive presente”, disse o surfista de volta ao Brasil.

Após dias inesquecíveis Koxa já está em casa e inscreveu quatro ondas para o “Oscar” da modalidade, sendo duas surfada em julho, quando esteve no Chile, e as outras duas nesta aventura de Nazaré. O recorde mundial de 2011 pertence ao norte-americano McNamarra (30 metros, onda de Nazaré).

“Nos últimos cinco anos estive nesta grande premiação e bati na trave. Seria uma honra inscrever o nome do Brasil, assim como o Medina, na história do surfe em ondas gigantes. Por outro lado, o maior prêmio foi ter vivido estes dias surfando as maiores ondas já vistas na história. E ter sobrevivido para continuar fazendo o que mais amo. Isso não tem preço”, afirma o surfista.

Sobrevivente
Mas nem tudo foi festa para Koxa. Apesar do feito e dos registros obtidos, uma onda acabou derrubando o brasileiro e inclusive quebrando sua prancha. Após cair, ele foi atropelado por uma sequência de 12 ondas, mas felizmente sobreviveu ao momento mais desafiador de sua vida.

“Depois de pegar mais de seis ondas, veio essa para acabar comigo. Logo ao cair, senti minhas costas chacoalhar com muita força. Eu estava definitivamente numa situação perigosa, mas minha estratégia foi ficar bem calmo pois eu não sabia quanto tempo e quantas ondas mais iriam vir na minha cabeça. Por um momento me senti muito fraco e não via a hora daquelas ondas darem uma trégua. Embaixo d’água, a primeira lembrança foi da Maya (Gabeira, brasileira que quase morreu em 2013 no mesmo local). Rezei, pensei na minha mulher e nos meus pais. Ao chegar na areia, tive uma só certeza: tinha sido atropelado. Minha prancha ficou presa nas pedras e apareceu depois de meia-hora toda destruída. Senti todo o poder de Nazaré”, finalizou o brasileiro.

Veja o vídeo da queda:

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