SÓCHI (Rússia) – “Abrem-se as cortinas, começa o espetáculo”. Pintado de verde e amarelo desde a chegada da Seleção Brasileira e invadido pelos russos no feriado prolongado da última terça-feira, o palco de Sóchi agora pertence a portugueses e espanhóis.
Após uma abertura entre seleções sem tradição nem grandes estrelas, a Copa do Mundo vai direto para o outro extremo nesta sexta-feira (15), às 15h (horário de Brasília), no Estádio Fisht, com a atração mais aguardada da primeira fase.
O clássico da Península Ibérica trouxe o melhor jogador do mundo na atualidade para a pequena cidade litorânea de 500 mil habitantes ao sul de Moscou. Quando qualquer torcedor lusitano passa pela orla do Mar Negro, logo é saudado com o característico sotaque russo aos gritos de “Crrrristiano Ronaldô”.
Quando a bola rolar, de um lado do gramado estará a seleção atual campeã europeia e com a força total do camisa 7, mais vencedor do que nunca. E, do outro, uma das favoritas ao título mundial, mas com as estruturas balançando.
Afinal, como definiu um jornalista espanhol na conferência de imprensa pré-jogo, a Fúria vive sua pior crise num período de Mundial. Saiu Julen Lopetegui, demitido 48 horas antes da estreia, entrou Fernando Hierro, ex-diretor esportivo da federação.
Fotos foram tiradas ao lado do capitão Sérgio Ramos antes da entrevista coletiva. O momento é de demonstrar união, sim, porém muito mais dentro de campo do que para as lentes fotográficas.
Se o contexto das equipes detentoras dos últimos títulos europeus (Espanha em 2008 e 2012, e Portugal em 2016) são distintos internamente, o clima era realmente descontraído entre lusitanos e espanhóis nos treinamentos na véspera do confronto. Ao menos nos poucos minutos de atividades liberadas para a imprensa.
“A Espanha não será uma surpresa. Está jogando do mesmo jeito há dez anos”, afirmou o técnico Fernando Santos, comandante de CR7 e companhia.
Expectativa
Após a goleada da Rússia sobre a Arábia Saudita na partida inaugural, ontem, a abertura “pra valer” acontece nesta sexta-feira, às 9h (de Brasília), com o duelo entre Uruguai e Egito – uma boa prévia para o clássico que promete balançar a Península Ibérica. Entre os dois jogos, uma “pausa” na competitividade em alto nível para o embate entre os coadjuvantes Marrocos e Irã.
“Obviamente, eu preferia ter Cris ao meu lado. É um jogador que pode decidir para qualquer equipe que esteja defendendo. O conheço muito bem. Mas Portugal não é só ele. Há jogadores experientes, qualificados, e são os campeões da Europa”, disse Ramos, que irá marcar o colega de Real Madrid com o qual já venceu quatro edições da Champions League.