(Marcos Oliveira/Agência Senado)
Chegou ao fim a curta passagem do professor Carlos Alberto Decotelli no Ministério da Educação (MEC). Na tarde desta terça-feira (30), Decotelli se reuniu com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e formalizou seu pedido de demissão, menos de uma semana após ter sido nomeado para assumir a pasta. A informação é do portal G1.
A saída do professor do MEC se dá após uma série de polêmicas envolvendo sua formação acadêmica. A nomeação de Decotelli ao cargo foi publicada no Diário Oficial da União, no dia 25 de junho, em substituição a Abraham Weintraub.
Entretanto, em função da repercussão negativa das denúncias de falsidade no currículo, o governo federal optou em adiar a posse de Decotelli, que estava prevista para esta terça-feira.
Polêmicas
Logo após a oficialização para o cargo, o agora ex-ministro passou a ter o currículo na plataforma Lattes - que ele mesmo publicou - questionado.
A primeira denúncia de falsidade partiu da Universidade Nacional de Rosário, na Argentina, que desmentiu que Decotelli tenha concluído o doutorado na instituição, como o professor havia informado na publicação .
Em nota divulgada no dia 27 de junho, o MEC informou que Decotelli cursou o Doutorado em Administração na instituição, tendo sido aprovado em todas as disciplinas com todos os créditos, conforme atesta o certificado emitido pela Universidade. O texto também explica que Decotelli apresentou uma tese de doutorado que, pós avaliação preliminar pela banca designada, não teve sua defesa autorizada, devendo esta ser alterada para ser submetida novamente à banca. Na nota, o MEC ainda afirma que em função de compromissos no Brasil e pelo esgotamento de recursos financeiros pessoais, o professor deixou a Argentina sem o título de Doutor em Administração.
Mais acusações
Além da inconsistência apontada pela Universidade Nacional de Rosário Carlos Alberto Decotelli foi acusado de plagiar sua dissertação no mestrado. O ministro refutou as alegações, afirmando que o trabalho foi aprovado pela instituição de ensino e que procurou creditar todos os pesquisadores, mas se comprometeu a revisar seu trabalho e, caso sejam identificadas omissões, procurará viabilizar junto à Fundação Getúlio Vargas uma solução para promover as devidas correções. Após a denúncias, Decotelli atualizou seu currículo na plataforma Lattes.
Já a Universidade de Wüppertal, na Alemanha, foi outra instituição a negar que tenha concedido algum título a Decotelli. A universidade afirmou que o professor fez apenas uma pesquisa por três meses na instituição, e não recebeu o título de pós-doutorado, como constava no currículo.