Arena MRV vira referência pro Flamengo, que tem 'acesso completo' ao projeto do Atlético

Frederico Ribeiro
fmachado@hojeemdia.com.br
10/09/2017 às 22:08.
Atualizado em 15/11/2021 às 10:30
 (Reprodução)

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Falta uma semana para se definir se o projeto do estádio próprio do Atlético, batizado de Arena MRV, sairá realmente do papel. Enquanto a reunião do Conselho Deliberativo do Galo (18/9) não chega, o projeto desenvolvido pelo clube mineiro já serve de inspiração e referência para outro grande clube brasileiro almejar a "casa própria".

O Flamengo teve acesso livre ao projeto do Atlético para erguer sua arena no Rio de Janeiro. Recentemente, na semana passada, o clube Rubro-Negro assinou a prioridade de compra de um terreno de 160 mil metros quadrados na região norte do Rio. Assim como o Galo, o Fla também pretende levantar todos os recursos para a obra, que teria os custos na casa dos R$ 500 milhões.

O Hoje em Dia entrou em contato com o escritório de arquitetura (FarKasVölGyi Arquitetura), responsável pelo projeto da Arena MRV. Através da assessoria de imprensa, a empresa confirmou que o Flamengo consultou o projeto do Galo, principalmente para ter conhecimento da viabilidade econômica.

"O que sabemos é que o Flamengo teve completo acesso ao projeto do Atlético (quando falo completo, é desde a proposta arquitetônica, que envolve custos e soluções de obra, até a questão de viabilidade econômica). De resto, temos acompanhado pela própria imprensa o fato de que o nosso projeto está servindo de referência para eles", diz a nota enviada à reportagem.

A Arena MRV, conforme o nome já indica, tem o naming rights garantido pela construtora civil MRV Engenharia, que desembolsaria R$ 60 milhões para tal. A empresa, fundada pelo conselheiro alvinegro Rubens Menin, já doou o terreno (de 56 mil metros quadrados avaliados em R$ 50 milhões) onde o estádio será construído, caso o projeto seja aprovado. Esta é a principal vantagem do Galo em relação ao rival Flamengo na questão.

Outro empresário atleticano tem grande força no projeto. O banqueiro Ricardo Guimarães (ex-presidente do clube) garantiu 60% das cadeiras cativas, que o Atlético pretende negociar de forma antecipada e usar a grana para abater no custo da obra. São R$ 100 milhões que serão levantados com a venda das cadeiras, com o BMG garantindo R$ 60 milhões. 

Mas a principal fonte financeira para a Arena MRV vem da disponibilidade em vender 50,1% do Shopping Diamond Mall para a Multiplan (atual gestora do centro comercial) pelas cifras de R$ 250 milhões. Esta é a grande questão a ser debatida em 18 de setembro. 

"O que podemos afirmar é que o projeto da arena do Galo, desenvolvido por Bernardo Farkasvölgyi, está realmente aguçando a curiosidade de muitos times brasileiros pelo fato de ser uma ARENA,  pensada de forma a trazer receita para o clube 365 dias no ano e com um custo final de realização baixo, considerando que é uma arena realmente moderna", diz o comunicado enviado pela FarKasVölGyi Arquitetura, ao Hoje em Dia.Reprodução / N/A

Atlético já garantiu R$ 120 milhões dos R$ 410 milhões totais da obra da Arena MRV

A REFERÊNCIA DA REFERÊNCIA

Se o projeto do Atlético vira referência ao Flamengo e desperta curiosidade de outros clubes, o próprio Galo foi buscar conhecimento e análise visitando estádios da Europa. No material enviado pelo presidente Daniel Nepomuceno ao Conselho, o Juventus Stadium, na Itália, é citado como referência.

A casa da Juve comporta 41.254 torcedores (a capacidade da Arena MRV será de 41.800) e custou apenas R$ 418 milhões. No Brasil, o Allianz Parque (Palmeiras) e a Arena Corinthians também são citados no material do Atlético distribuído aos conselheiros, lembrando o ganho esportivo que estas "casas próprias" trouxeram aos moradores.

"Bernardo visitou não somente os estádios brasileiros, mas as principais arenas e estádios do mundo, buscando compreender em termos arquitetônicos e de soluções de obra e funcionamento, o que deu certo e o que deu errado, de forma a chegar a um projeto enxuto, com soluções adequadas e funcionamento otimizado, seja como construção e como negócio, tudo isso considerando também a melhor experiência para o torcedor", completou a nota da assessoria da FarKasVölGyi Arquitetura.

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