Atletas criticam sistema de ranqueamento da Superliga

Valéria Zukeran
21/11/2012 às 16:57.
Atualizado em 21/11/2021 às 18:29
 (Alexandre Arruda/CBV)

(Alexandre Arruda/CBV)

Em clima de volta às aulas, vários dos principais jogadores do país estiveram em São Paulo para o lançamento da Superliga 2012/2013. Na prática duas grandes novidades: a primeira será a possibilidade de contratação de um jogador estrangeiro a mais por equipe - poderão ser dois ao todo - e a volta do técnico tricampeão olímpico José Roberto Guimarães à competição depois de sete temporadas de ausência.

Porém, nem tudo foi alegria no reencontro das equipes, pois vários jogadores mostraram preocupação com o sistema de ranqueamento, que estaria obrigando vários colegas a deixar o país, e várias integrantes da seleção feminina olímpica tiveram de comentar recente entrevista de Mari à revista IstoÉ relatando problemas internos de relacionamento antes dos Jogos de Londres.

O levantador Ricardinho, do Vôlei Futuro, não escondeu que será difícil para sua equipe disputar o título como na temporada passada. "Perdemos alguns bons jogadores, como o Eder e o Lorena que foram para equipes que já eram fortes, deixando-as mais fortes ainda. Segundo ele, é para essas equipes que a nova regra que permite a contratação de mais um jogador estrangeiro pode ser muito útil, uma vez que eles não contam para a pontuação do ranqueamento.

Mas outros atletas tem um ponto de vista diferente sobre o assunto. É o caso, por exemplo, do ponta Murilo, do Sesi. "Acho que a coisa deveria ser revista de forma que apenas estrangeiros que pudessem elevar o nível da competição, como jogadores de seleção, pudessem vir e não atletas medianos que acabam tirando vaga de atletas do País", opina.

Para Thaísa, meio-de-rede do Sollys/Nestlé, os critérios de pontuação para ranqueamento precisam ser revistos. "Se estrangeiras estão vindo para cá e as atletas daqui estão indo para o exterior por causa de pontuação, alguma coisa está errada."

Para o superintendente da Superliga, Renato Ávila, a saída de alguns atletas para o exterior não se dá por causa do ranking. "O que acontece é uma questão econômica. Os atletas que deixam o Brasil saem para obter melhores remunerações." O dirigente também afirma que o sistema passou por aprovação de todas as equipes da Superliga Masculina e Feminina. "E o número de estrangeiros não deve aumentar", anuncia. Segundo ele, há uma preocupação em manter o mercado de trabalho aberto para que jovens talentos possam se desenvolver no vôlei nacional, reforçando a seleção. "Não vamos cometer o erro da Itália, por exemplo, que inchou seu campeonato com estrangeiros e com isso acabou comprometendo sua seleção."

Entre as "novidades" na próxima edição está a presença do técnico José Roberto Guimarães, que não disputa o evento desde 2005. Ele se vê na competição como um velho conhecido que está de volta e conta que seu desafio de comandar o time da Amil, de Campinas, será forte. "Quero ser competitivo e ao mesmo tempo trabalhar para revelar alguns jovens talentos."

Outro assunto bastante comentado entre as atletas foi a recente entrevista da ponta/oposta Mari, que revelou vários problemas de relacionamento na seleção feminina antes da Olimpíada de Londres. Jogadoras como a oposta Sheilla, do Sollys/Nestlé, e a meio de rede Fabiana, do Sesi, não negaram problemas na trajetória do ouro olímpico, mas garante que foram resolvidos ao longo da campanha e preferem deixar a questão no passado.

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