(ALEXANDRE ARRUDA)
Após o anúncio de que a Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) deixará de receber o patrocínio do Banco do Brasil, parceiro há 23 anos, importantes nomes do esporte foram às redes sociais se manifestarem sobre as irregularidades indicadas pela Controladoria Geral da União (CGU) em contratos da entidade reguladora do voleibol nacional. O teor das mensagens é de revolta e algumas sugerem até um boicote ao principal campeonato do País, a Superliga. Campeão nas Olimpíadas de Atenas, em 2004, Gustavo Endres, atualmente no Vôlei Canoas (RS), mostrou indignação e pediu atitudes dos clubes: “E nós atletas, o que vamos fazer? Paralisar a Superliga? Ou vamos deixar como está? E os clubes, vão assumir a gestão ou vão se calar?”.
Atleta da Seleção Brasileira e do Taubaté/Funvic (SP), Lipe também sugeriu a paralisação da Superliga caso os culpados não deem maiores explicações: “Ou eles resolvem dar as caras ou a gente para a Superliga! Eu não jogo vôlei pra sustentar falcatruas”. Bicampeão mundial, Murilo atacou o ex-presidente da CBV e hoje mandatário da Federação Internacional de Vôlei (FIVB), Ary Graça, e cobrou uma postura correta da nova gestão, liderada pelo presidente Walter Pitombo Laranjeiras. Willian, do Cruzeiro, foi outro que cobrou uma postura enérgica sobre o assunto. " Não tive carreira na seleção brasileira, mas tenho certeza que muitos clubes que joguei fecharam as portas por causa dessa roubalheira. Merecemos uma explicação. É o mínimo que os atletas de vôlei desse país quer. E a devolução do dinheiro desviado", afirmou o levantador.
“Fomos traídos. Durante 15 anos dedicamos nosso tempo e suor por essa pessoa. Nos bastidores, há uma sensação de indignação e vamos cobrar para que isso não fique impune. E confio que a nova gestão irá se pronunciar e agir com lisura. Se nada for feito, um boicote dos jogadores poderá pressionar muito mais”, disse Murilo à ESPN. Na última quinta-feira, a Controladoria Geral da União (CGU) apresentou um relatório no qual foram confirmadas uma série de denúncias contra a CBV, feitas pelo jornalista Lúcio de Castro. Além de suspender os pagamentos, o Banco do Brasil condiciona a volta do montante do patrocínio ao cumprimento das recomendações feitas pela CGU. O banco estatal informou que só retornará a patrocinar a entidade se a CBV se ajustar às regras do órgão. (*) Com Gazeta Press