Ser o time de melhor campanha da fase de grupos da Copa Libertadores enche muitos torcedores de orgulho. O do Atlético teve esta sensação por duas vezes em 2013 e na atual edição. Mas as estatísticas mostram que tal lugar privilegiado não é sinônimo de sucesso. Pelo contrário, o histórico do torneio prova que o Galo entra em campo nesta quarta-feira (9), com a responsabilidade de eliminar o Jorge Wilstermann e passar por cima de uma "maldição".

Isso porque, contando as últimas 17 edições de Libertadores, a fase que mais elimina os times que foram "primeiros lugares gerais" na fase de grupos é justamente as oitavas. O recorte da análise se justifica no critério da fórmula de disputa. De 2000 para cá, o torneio continental foi realizado com oito grupos de quatro equipes cada. Das 17 edições, em seis o melhor time da fase de grupos caiu logo de cara no mata-mata. As quartas de final e as semifinais estão empatadas com quatro eliminações cada em relação ao "1º lugar geral".

Os únicos que conseguiram ser campeões da Libertadores depois de uma fase de grupos impecável foram o próprio Atlético, em 2013, e o Atlético Nacional de Medellín no ano passado. A dupla de Atléticos se juntou a outro, que em 1996, também conseguiu a façanha: o Club Atlético River Plate. 

Os argentinos, inclusive, já garantiram presença nas quartas de final da Libertadores 2017 e irão enfrentar justamente o vencedor de Atlético x Jorge Wilstermann, que se enfrentam nesta quarta às 21h45, no Estádio Mineirão. O Galo perdeu o jogo de ida por 1 a 0 na Bolívia e precisa de uma vitória de dois gols de diferença para passar por cima da tal "maldição" da Libertadores.

PONTUAÇÃO BAIXA E MUDANÇA DE REGULAMENTO

A Libertadores 2017 sofreu mudanças drásticas de regulamento. Antes disputada em um semestre, a competição começou em janeiro para terminar no fim de novembro. Além disso, uma troca de regra afetou os privilégios do "primeiro lugar geral". Antes, o dono de tal posto pegaria, necessariamente, o pior segundo colocado dos grupos.

Agora, a única vantagem de construir a melhor campanha na fase de grupos é sempre decidir os duelos do mata-mata com o mando de campo. O Galo, na antiga regra, iria enfrentar o Nacional do Uruguai (rival do Botafogo). Mas no sorteio, ficou decidido que o rival seria o Jorge Wilstermann, que por sinal, fez a segunda pior campanha dos grupos, entre os classificados. 

Apesar de ter sido o melhor time da fase de grupos, o Galo fez uma das pontuações mais baixas de tal posição desde 2000. Com apenas 13 pontos somados, igualou o Fluminense em 2008. O tricolor das laranjeiros, há nove anos, chegava à final da Libertadores, mas perdia em pleno Maracanã para a LDU, do Equador.

O MESMO ÁRBITRO

Na partida de volta das oitavas de final em que o melhor primeiro lugar da fase de grupos de 2016 esteve envolvido, no ano passado, o árbitro que comandou o compromisso era o venezuelano José Argote. Ele foi responsável por mediar o confronto entre Atlético Nacional de Medellín e Huracán, na Colômbia.

Agora, voltará a apitar um jogo do melhor colocado da fase de grupos nas oitavas de final. Será o juiz de Atlético x Jorge Wilstermann logo mais. Há um ano, ele fazia uma arbitragem polêmica no Estádio Atanásio Girardot. Marcou uma penalidade ao time da casa e expulsou um jogador do Globo. Depois, descobriu-se que ele, na verdade, era nascido na colômbia e naturalizado venezuelano.

Naquele jogo, Argote reencontrou um compatriota no time da casa; o meia Alejandro Guerra anotou dois gols na vitória do Atlético-COL por 4 a 2. Em Galo x Wilstermann, o dono do apito também poderá conversar sobre os mandos e desmandos de Nicolas Maduro com Rómulo Otero, outro meia venezuelano, mas de menor destaque em relação à Guerra.Hoje em Dia/Conmebol / N/A

Tabela do destino dos melhores 1º's colocados na Libertadores (2000-2017)

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