Atlético domina o Cruzeiro e é campeão da Copa do Brasil

Wallace Graciano - Hoje em Dia
Publicado em 27/11/2014 às 00:01.Atualizado em 18/11/2021 às 05:11.
 (Flávio Tavares)
(Flávio Tavares)
Clássico não é um jogo comum. Entra para a história por seu apelo, por sua rivalidade. E daqui a muitos anos, certamente lembrarão da noite desta quarta-feira (26), na qual Atlético e Cruzeiro, os dois melhores times do país na temporada, disputaram no Mineirão o maior duelo de sua história, que valia o caneco da Copa do Brasil. 
 
E em um jogo movido pela rivalidade intensa entre os clubes, o Atlético levou a melhor após bater o rival pelo placar mínimo, com gol de Tardelli, ao final da primeira etapa. Mais que a vitória, dominou por completo o rival, abrilhantando ainda mais seu título inédito. 
 
A conquista do torneio nacional premia o clube alvinegro por sua campanha. Após eliminar Palmeiras, Corinthians e Flamengo, esses dois últimos de forma heroica, o Galo fez do triunfo sobre o arquirrival a cereja do bolo de uma conquista épica, que ficará marcada para a eternidade. 
 
DOMÍNIO 
 
Para que se entenda um pouco dessa final, é preciso ficar claro que a rivalidade e a qualidade técnica dos dois clubes não eram os únicos ingredientes na disputa. Desgastado fisicamente, o Cruzeiro entrou em campo tentando reverter a lógica do impossível, que o Atlético tanto desafiou ao longo da Copa do Brasil. Para o duelo desta noite, precisava devolver os dois 2 a 0 aplicados pelo clube alvinegro no jogo de ida. 
 
Ao chegar no Mineirão, os atletas celestes mostraram confiança. Afinal, sabiam da força do grupo, que mostrou qualidade ao longo da temporada. O problema é que se havia um time ciente de que a vantagem inicial de 2 a 0 não garantia nada, esse clube era o Galo. 
 
Assim, o Atlético entrou sóbrio em campo. Não recuou suas linhas. Deixou o Cruzeiro jogar para colocar seu futebol em prática. Mostrou sua força e saiu em busca do gol, não se acovardando atrás. Não à toa, dominou a primeira etapa. 
 
É bom que se entenda que o Cruzeiro colocou o coração na ponta da chuteira. Foi combativo, excedeu seus limites físicos. Porém, era refém de sua maior qualidade ao longo da temporada: sem saída de bola, não conseguia criar chances reais de gol, já que era facilmente anulado pelo meio-campo alvinegro.
 
Esse, por sinal, foi o destaque do jogo. Não um jogador. Um setor por completo. O meio-campo alvinegro era muito aplicado taticamente. Com auxílio dos atacantes, não deixavam o adversário respirar. Eram precisos e roubavam bolas preciosas para os contra-golpes. Dos pés de Leandro Donizete, Dátolo e Rafael Carioca saíram três ótimos ataques que pegaram a defesa celestes desprevenida. 
 
A falta de capricho, porém, fez com que o torcedor alvinegro temesse por uma reação do rival, que ia sendo adiada para a segunda etapa. Porém, já nos últimos movimentos, Dátolo recebeu na direita e cruzou em curva. Lá achou Tardelli livre para cabecear. Logo ele, que ainda não havia balançado as redes nesta Copa do Brasil, desencantou justamente quando o Galo precisava. 1 a 0.
 
O primeiro tempo acabava com o placar mínimo favorável ao Galo. Àquela altura, o Cruzeiro precisaria anotar quatro gols para conquistar o penta.
 
Confira a galeria de imagens da decisão
 
PARA CONSAGRAR
 
Como era de se esperar, o Cruzeiro voltou ao gramado pelo tudo ou nada. Porém, assim como na etapa final, não tinha ligação entre o meio e o ataque. Sem criatividade, era facilmente abatido pelo Atlético, que se manteve sóbrio em campo, sabendo que o título estava em suas mãos. 
 
Sem muito mudar a tônica, o Atlético “cozinhou” a partida. Apenas aguardava o apito final do árbitro Luiz Flávio de Oliveira, já que o Cruzeiro estava entregue, buscando o gol de forma desesperada. 
 
Era a cereja do bolo em uma conquista alvinegra que se tornou tão épica quanto a Libertadores. Ao longo de sua campanha, o Atlético “exorcizou seus fantasmas” e coroou a campanha com um amplo domínio sobre o rival, melhor time tecnicamente ao longo da temporada. 
 
 
FICHA TÉCNICA
 
CRUZEIRO  0 X 1 ATLÉTICO
 
CRUZEIRO: Fábio, Ceará (Júlio Baptista), Léo, Bruno Rodrigo, Egídio; Nilton, Henrique (Willian Farias), Everton Ribeiro, Ricardo Goulart; Willian (Dagoberto) e Marcelo Moreno. Técnico: Marcelo Oliveira
 
ATLÉTICO: Victor, Marcos Rocha, Leonardo Silva, Jemerson, Douglas Santos; Rafael Carioca (Pierre), Leandro Donizete, Dátolo, Luan (Maicosuel); Diego Tardelli (Eduardo) e Carlos. Técnico: Levir Culpi
 
Gols: Diego Tardelli (aos 47' do 1º tempo)
Data: 26 de novembro de 2014
Motivo: Jogo de volta da decisão da Copa do Brasil
Árbitro : Luiz Flávio de Oliveira (ASP-FIFA/SP)
Árbitros assistentes: Marcelo Carvalho Van Gasse (FIFA/SP) e Émerson Augusto de Carvalho (FIFA/SP)
Árbitro assistentes adicionais: Raphael Claus (ASP-FIFA/SP) e Paulo Henrique Godoy Bezerra – (CBF/SC)
Cartões amarelos: Rafael Carioca, Maicosuel, Leonardo Silva, Dátolo e Luan (Atlético); Willian (Cruzeiro)
Público: 39.786 pagantes.
Renda: R$ 7.855.510
Cartões amarelos: Leonardo Silva, Rafael Carioca, Dátolo, Luan e Maicosuel (Atlético); Willian (Cruzeiro)
Cartão vermelho: Leandro Donizete (Atlético)
 
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