A polêmica sobre os ingressos para a torcida visitante na decisão da Copa do Brasil promete render mais capítulos para uma extensa novela. Acontece que o Atlético pediu ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) que o Cruzerio pague cerca de R$ 2,2 milhões de multa em virtude dos cerca de 4,4 mil ingressos não repassados ao clube.
O Atlético havia entrado com recurso junto ao órgão solicitando 10% da capacidade do Mineirão, que corresponderia a 6.217 entradas, se baseando no Regulamento Geral de Competições da CBF. Ao mesmo tempo, o clube pediu uma pena ao Cruzeiro em caso de descumprimento da norma estabelecida pelo Tribunal.
O Cruzeiro chegou a oferecer 10 mil lugares, porém de forma pulverizada, argumentando que já havia comercializado as entradas. Assim, somente os blocos 301, 302 e 303 poderiam ser destinados aos alvinegros, com a capacidade para 2.736 torcedores, que foi reduzida, posteriormente, a 1.813 após vistoria da Polícia Militar, que constatou a necessidade de isolamento.
O diretor jurídico do Atlético, Lásaro Cândido da Cunha, condenou a atitude do Cruzeiro ao agir contra uma determinação do STJD. "Quando impetramos no STJD com o pedido de liminar, pedimos uma pena pecuniária em cima de cada ingresso não fornecido. E é isso que ocorreu e está em vigor. O Cruzeiro não forceceu os 10% e terá de pagar por sua atitude", avaliou.
Sobre a atitude do time estrelado, Lásaro afirmou se tratar de uma postura "infantil". "Foi bizarro o argumento do Cruzeiro. Uma estratégia infantil, primária. Ofereceu à Polícia Militar 10 mil lugares onde ela não poderia fazer a segurança e não poderíamos colocar nossos torcedores", esbravejou o dirigente.
Lásaro ainda contesta o argumento celeste para vender os bilhetes. "Não tem nada disso (de que não foi solicitado há tempo sobre os ingressos para visitantes). Está registrado na ata da reunião. O que houve é simples: na quinta-feira após a decisão, quando houve o sorteio, o presidente (Alexandre Kalil) comunicou que jogaríamos no Independência e reivindicou os 10% a que temos direito pelo regulamento. Na verdade, nem precisaríamos fazer isso, uma vez que o regulamento nos dá o direito de pedir a carga até 72 horas antes do jogo", completou.