Atlético encara o Gangzhou na disputa pelo terceiro lugar do Mundial

Gláucio Castro - Enviado Especial
21/12/2013 às 10:50.
Atualizado em 20/11/2021 às 14:57
 (Lucas Prates/Hoje em Dia)

(Lucas Prates/Hoje em Dia)

ARRAKESH – Sábado, 21 de dezembro de 2013. Chegou o grande dia. É hoje a tão esperada final do Mundial de Clubes da Fifa, no Marrocos. Mas o Atlético se resume a um mero coadjuvante no Estádio de Marrakesh. Fará apenas a preliminar da disputa, às 14h30 (de Brasília) contra o Gangzhou Evergrande, da China.   Com a desclassificação precoce para o modesto Raja Casablanca na última quarta-feira, o time do técnico Cuca entra em campo para brigar pelo pouco cobiçado terceiro lugar. Será a última partida do treinador no comando do Galo.   Em seguida, ele embarca para a China, onde vai treinar o Shandong. O discurso é de despedida honrosa da temporada, que começou de maneira brilhante, com as conquistas do bicampeonato estadual e da Copa Libertadores, mas termina de forma desastrosa.   Torcida   A tão empolgada torcida alvinegra, que mudou a rotina do Norte da África nos últimos 15 dias e lotou o estádio no meio da semana, está enfraquecida. Muitos venderam os ingressos e preferiram se aventurar pela Europa. Os que não conseguiram vender vão ao estádio mais para não perder o dinheiro do que qualquer outra coisa.   Assistir de perto a um jogo do Bayern de Munique, finalista contra o Raja Casablanca e uma das equipes mais badaladas do momento, também vem motivando muita gente.   Mesmo time   Cuca confirmou que vai mandar a campo os mesmos 11 titulares que perderam para os marroquinos. Está totalmente descartada a possibilidade de um time misto, como chegou-se a pensar. “Estou repetindo a mesma equipe. Não tem um culpado. Todos nós dividimos a responsabilidade, com uma maior parte para mim, o que é natural”, assume Cuca.   Apesar da total falta de interesse e motivação para o duelo deste sábado (21), o treinador tenta manter o moral do grupo elevada. “Estamos muito mobilizados, ainda que não seja aquilo que a gente queria. Vamos fazer o nosso melhor. Eles têm brasileiros que eu conheço bem, como o Elkeson e o Muriqui, que até já jogou no Atlético”, disse sem conseguir esconder o abatimento, mesmo 48 horas após a tragédia marroquina.   Encontro   Na tarde de ontem, Cuca e o atacante Fernandinho participaram de uma entrevista coletiva na sala de imprensa do estádio, que faz parte da programação oficial do torneio. Minutos antes, deixava o local o badalado Pep Guardiola, treinador que esperavam encontrar hoje pela frente. Após a partida de hoje, os jogadores são liberados e estão de férias até o início de janeiro, quando serão recebidos e apresentados ao novo técnico, Paulo Autuori, anunciado ontem em Marrakesh pelo presidente Alexandre Kalil como o novo treinador do Atlético.   De novo no palco da tragédia   MARRAKESH – Pela janela do ônibus todo enfeitado com a logomarca do Mundial de Clubes da Fifa, os jogadores do Atlético podiam ver o Grande Estádio de Marrakesh se aproximando. Quanto mais o veículo chegava perto, maior ele parecia. E nem tão grande assim ele é. Mas ontem estava. Era como um fantasma que ainda vai perturbar por muito tempo as mentes alvinegras.   Sob sensação térmica de pouco mais de seis graus e um vento cortante, o Atlético reencontrou na manhã de ontem o palco de uma das maiores tragédias de sua história. Se no primeiro dia após o vexame da desclassificação apenas os reservas estiveram em campo e foram bombardeados pelos microfones e flashs de várias partes do Mundo, nesta sexta-feira, dia sagrado para os muçulmanos, todos os titulares foram obrigados a mostrar a cara.   R10 passa direto   Mais uma vez Ronaldinho Gaúcho passou direto. Os demais não se furtaram a dar explicações. Pelas reclamações ao ser substituído, o lateral-direito Marcos Rocha foi um dos mais assediados, assim como na saída do estádio após a partida. Garantiu que já conversou com o técnico Cuca e que o episódio está superado.   Mas as fisionomias pesadas denunciavam que o vexame contra o Raja Casablanca vai demorar muito tempo para ser digerido. Capitão do time e jogador envolvido no pênalti que resultou no segundo gol dos marroquinos, o zagueiro Réver foi quem passou mais tempo tentando explicar a decepção alvinegra na terra do Rei Mohammed VI.   Logo após a passagem pela zona mista, os atletas seguiram para o gramado de um dos campos secundários do estádio, pois os principais agora estão reservados para Bayern de Munique e Raja Casablanca. Ausente na reapresentação anteontem, o técnico Cuca tentava encontrar ânimo para seu último treino à frente do Galo.   Em terra de muçulmanos, São Victor não fez milagre e ainda tenta descobrir o que aconteceu. “Ambiente de tristeza, todos chateados. Mas são situações que podem acontecer no futebol. Ninguém queria dessa forma. Agora precisamos de força pra nos reerguer. Tristeza do torcedor. Infelizmente aconteceu. Mas temos que enaltecer tudo que essa equipe já fez de bom. Por um feito nosso estamos aqui no Mundial”, resumiu.   Confirmação   Com o semblante carregado, o presidente do clube, Alexandre Kalil, acompanhou toda a movimentação e passou boa parte do trabalho conversando com um dos filhos. Enquanto isso, do lado de fora, a imprensa tentava descobrir o nome do novo técnico do Galo. No fim, o dirigente acabou com o mistério. “Já saímos do Brasil com o Paulo Autuori contratado”.

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