Campanha épica do Galo na Libertadores é retratada em livro por jornalistas

Wallace Graciano - Hoje em Dia
02/10/2013 às 18:59.
Atualizado em 20/11/2021 às 13:00

A campanha vitoriosa do Atlético na Libertadores deste ano entrou para a história não somente pelo ineditismo, mas também pelos vários ingredientes que a cercaram. Drama, esperança e euforia eram sentimentos que ditavam a tônica de cada partida, desde o início do mata-mata. Foi um título marcante para o torcedor alvinegro. E ele terá a oportunidade de reviver um pouco desta conquista no próximo sábado (5), na Loja do Galo, no bairro de  Lourdes, quando os jornalistas Mário Marra, Leonardo Bertozzi e Mauro Beting lançam o livro "Nós Acreditamos", obra pautada na emoção para retratar aquela conquista.   Com título baseado no lema "Eu acredito", que era cantado pelos atleticanos nos momentos mais adversos do torneio, o livro leva relatos analíticos e emotivos dos três autores em cada uma das 14 partidas da caminhada rumo ao caneco. A “cereja do bolo” fica por conta do prefácio escrito por Gilberto Silva, um dos campeões continentais e que também estará na sede de Lourdes para prestigiar o lançamento do livro.   Além do pentacampeão, o comandante da conquista, Cuca, e o ídolo eterno do Atlético Reinaldo prometem comparecer ao evento, que acontecerá das 12 às 18 horas. A obra, lançada pela BB Editora, chega às livrarias com o preço de R$ 54,90.     Confira abaixo a entrevista com Mário Marra, um dos autores da obra   Como surgiu a ideia do livro?   A ideia partiu do Mauro Beting. Ele nos telefonou logo após a vitória em cima do Newell's. Saímos para almoçar uns dias depois, já com a BB editora, e definimos como seria o livro. A ideia era escrever o livro mesmo sem o título. A campanha do Brasileiro 2012 já valia e as histórias da Libertadores mostravam que aqueles tempos de Atlético humilhado estavam no passado.   Você e o Bertozzi passaram por um momento complicado, quando alguns torcedores questionaram a postura de irem uniformizados à Argentina, logo no início dessa trajetória. O Beting e vários outros jornalistas apoiaram o momento. Como você vê hoje aquela passagem?    Respeito quem prefere não revelar o time que torce, mas acho que o debate vale ouro. Torcer é determinante para a minha avaliação sobre um jogo? Não pode ser. O comentarista deve falar sobre o que ele está vendo, sobre o que ele está percebendo, sobre as variações de um jogo, sobre os jogadores de um time e não sobre a paixão por um time. Mas valeu pelo debate.   O que é preciso entender é que quem torce sabe o que é torcer, sabe o respeito que o torcedor merece. Conheci uma história linda de uma torcedora de oitenta e poucos anos e que foi a todos os jogos do Manchester City desde que fez 7 anos. Como não respeitar a paixão dessa torcedora? Vou descer a crítica no time dela apenas por não torcer por ele? Posso e devo criticar por motivos técnicos, administrativos e etc.   Ser atleticano, cruzeirense, flamenguista ou americano não pode e nem deve influenciar a minha opinião. Sofremos críticas, mas acho que a discussão foi e é muito válida. Acho até que as reações de revolta partiram de quem preferiu não pensar e ou prefere ser enganado. Nossa relação com o Mauro se fortaleceu bastante. Outros tantos jornalistas bateram na hipocrisia.   E como ficou distribuída a visão de cada um no livro?   Eu fiz um relato de como vi todos os jogos. Falei das aflições de não conseguir acompanhar vários jogos. Citei tudo o que vivi nos dias de jogos e o Bertozzi fez o mesmo em todos os jogos. O episódio de Buenos Aires foi descrito por mim e por ele. Como envolvemos nossas famílias e nossos colegas de trabalho. Como sofremos, comemoramos e sobrevivemos. Cada jogo foi descrito pelos dois e os textos do Mauro Beting entraram também. Além das fotos do Atlético e das ilustrações do Fidusi.   Confira o teaser para o lançamento do livro         Há alguma passagem curiosa dos bastidores da produção do livro que possa nos contar?   Estávamos, eu e o Bertozzi, escrevendo em um ritmo alucinante. Até que o Atlético perdeu para o Olímpia. Eu perdi a força e a inspiração, mas não falei nada. Um belo dia, o Bertozzi vira para mim e fala que não estava conseguindo escrever mais. Ele havia travado. A expectativa pelo jogo da final tinha levado toda a inspiração dele. Tive que confessar que eu também estava travado e tenso. Nada de inspiração. Não conseguíamos escrever uma única linha.   Poucas vezes na história uma conquista da Libertadores foi tão intensa. Como foi vivê-la?   A Libertadores foi uma loucura para o torcedor. Foi muito legal ver o time rendendo como rendeu no início. Depois vieram os fantasmas e era incrível perceber que todos eles caíam. Chegou a ser legal saber que o próximo jogo, o próximo adversário representava mais uma oportunidade de bater mais um fantasma. É claro que deveríamos evitar emoções como aquelas do jogo contra o Xolos de Tijuana, mas depois que passa é bem legal reviver aqueles momentos. Os dias de sofrimento foram terríveis, mas a satisfação era incomparável.   Tanto você, quanto o Bertozzi possuem filhos pequenos, que viveram essa Libertadores intensamente. A visão de um pai também se faz presente na obra?   Muito presente. Em alguns momentos vi claramente que o livro não era apenas sobre a Libertadores, mas muito da relação de amor entre pai e filho. A Laura, filha do Bertozzi, viveu dias intensos com o Galo. Danilo, meu filho, sofreu, ficou inquieto e nos aproximamos muito durante a Libertadores. Sempre nos falamos, mas a Libertadores ajudou a criar hábitos, rituais que só nos uniam mais. Foram dias muito legais para o torcedor, mas dias inesquecíveis para o pai e para o filho.   Quem dividiu a emoção daquela final com você?   Fui ao jogo no Mineirão com meu filho. Encontrei com vários amigos na porta do estádio. Meu amigo Leonardo Camargo, que foi comigo no jogo contra o Olimpia pela Conmebol, foi um que dividiu as emoções. Assisti ao jogo com o Danilo e com a família do Leonardo Bertozzi. Estávamos todos juntos. 

http://www.hojeemdia.com.br/especiais/atl%C3%A9tico-campe%C3%A3o-da-libertadores

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