Com altos e baixos, Ronaldinho Gaúcho completa dois anos no Atlético

Álvaro Castro* - Hoje em Dia
04/06/2014 às 10:58.
Atualizado em 18/11/2021 às 02:52
 (André Brant)

(André Brant)

No dia 4 de junho de 2012, a torcida do Atlético ganhou um inesperado presente. Em litígio com o Flamengo, o meia Ronaldinho Gaúcho foi flagrado adentrando o campo de treino da Cidade do Galo com o uniforme alvinegro. Era o início do "casamento" do meia com a Massa alvinegra. Dois anos após a chegada do atleta, o Hoje em Dia relembra fatos e números do camisa 10, que liderou o time na conquista da Libertadores de 2013.
 
Ronaldo de Assis Moreira foi revelado na base do Grêmio e rapidamente encantou o mundo com dribles e jogadas geniais (vide seu primeiro gol com a camisa da Seleção, uma jogada magistral contra a Venezuela em 1999, com direito a chapéu, mostrando assim seu cartão de visitas).
 
Após uma saída conturbada, brilhou na Europa com a camisa do PSG, defendeu a amarelinha no pentacampeonato de 2002 e chegou ao Barcelona para, então, ser alçado ao panteão dos grandes craques, eleito melhor do Mundo em duas ocasiões e campeão de tudo o que podia conquistar.
 
Apagado após o fiasco do Brasil na Copa de 2006, o meia foi para o Milan, onde teve passagem discreta. Aos poucos foi se afastando da esquadra nacional e transferiu-se para o Flamengo em 2011. Após diversas críticas, R10 deixou a Gávea e rumou à capital das Alterosas em busca do reencontro com seu futebol.
 
"Quando a gente recebe muitas críticas, acaba tendo vontade de dar a volta por cima e vim com essa vontade. O presidente (Alexandre Kalil) viu isso em mim e me convidou para vir para cá. Penso em fazer o meu melhor, estou motivado para isso e almejando coisas boas. Chego para dar o meu máximo e ajudar o Atlético a conquistar títulos. O presidente me olhou nos olhos e me propôs a vinda para cá. Senti confiança, firmeza e isso foi fundamental", disse à época de sua apresentação.

Logo que chegou ao Atlético, foi imediatamente abraçado pela torcida, que o alçou ao status de ídolo. Em 2012, ajudou o time comandado por Cuca a superar todas as expectativas e lutar contra o estrelado time do Fluminense pelo título brasileiro até as últimas rodadas. Foram 72 pontos, 20 vitórias, 12 empates e apenas seis derrotas (63% de aproveitamento); 64 gols marcados, 37 sofridos e saldo de 27. Apenas cinco pontos a menos que os cariocas que levantaram o caneco.

E o então R49 teve participação destacada na bela campanha alvinegra, que devolveu o gostinho da briga pelo título, distante desde o time de 1999 que caiu diante do Corinthians. Ronaldinho marcou nove gols e liderou as assistências, dando 14 passes certeiros. Nascia a infernal relação com Bernard e Jô, seu grande parceiro em Vespasiano.
 

Ainda neste ano, uma das maiores emoções do craque com a camisa alvinegra. Sua Mãe, dona Miguelina, passava por problemas graves de saúde e foi abraçada pela Massa, que a homenageou no Independência, levando o jogador às lágrimas. Ao fim da temporada, aos gritos de "fica Ronaldinho", o meia acertou a renovação para comandar a equipe na Libertadores.

"O carinho que a torcida do Galo tem comigo é algo que eu não sei explicar. É muito pouco tempo para isso ter acontecido. O Galo ficou muito tempo sem brigar por títulos e pela Libertadores, e cheguei nesse momento bom e pude ajudar com boas atuações. Em qualquer lugar que saio em Belo Horizonte é assim. Eles pedem para que eu fique. Perguntam se eu vou ficar, mas meu pensamento é na vaga direta para a Copa Libertadores. Depois, vou deixar meu irmão conversar com o presidente e acertar tudo. Meu pensamento é em fazer o melhor para que o Galo entre na Libertadores", afirmou.
 
2013, o ano das glórias

Em 2013, um dos anos mais felizes da história do Atlético, coube a R10 (o meia voltou a usar a camisa de preferência no início da temporada) ser o maestro do time na busca pelo então inédito título da Libertadores. Sobretudo na fase de grupos, o meia encantou a todos e foi importantíssimo, com gols (como o golaço de cobertura diante do Arsenal de Sarandí) e passes que definiram os resultados da bela campanha do time.

Ao fim da competição, já com menos brilho nas fases eliminatórias, Ronaldinho pôde, juntamente com o elenco alvinegro, levantar a taça, até então inédita nos mais de 100 anos do Atlético. Terminadas as 14 partidas do torneio, foram quatro tentos marcados.

O ano seguiu com altos e baixos. Se na primeira fase da competição continental a importância do camisa 10 no time era evidente, ao longo da temporada ele alternou bons e maus momentos, dividindo com Diego Tardelli, que havia se juntado ao trio R10, Bernard e Jô, o protagonismo da equipe. Com a venda do jovem camisa 11 para o Shakhtar Donetsk e a ausência na Copa das Confederações (ao vir para o Galo, Ronaldo deixou claro que uma de suas prioridades era voltar à Seleção), Ronaldinho foi aos poucos caindo de produção e, acometido por lesões, deixou definitivamente o posto de protagonista do time.

Apesar disso, R10 foi um dos artilheiros do time no ano com 17 gols e liderou novamente as assistências com 16 passes. Ao fim da temporada, o time ficou na modesta oitava colocação, com 57 pontos e ainda teve que assistir a festa do maior rival, Cruzeiro, campeão nacional.

Além disso, após uma derrota inexplicável para a equipe do Raja Casablanca, Gaúcho sucumbiu juntamente com o restante do time em uma pífia campanha no Mundial de Clubes, vencido pelos bávaros do Bayern de Munique.

Atual temporada
 
O ano de 2014 começou assim como terminou 2013, com o meia alternando boas e más atuações. O time perdeu a chance de sagrar-se tricampeão Mineiro, ao ser batido pelo Cruzeiro na final. Na Libertadores, uma eliminação precoce nas oitavas-de-final para o Atlético Nacional-COL.

Com a parada para a Copa, Ronaldinho terá a chance de se recondicionar fisicamente e voltar para o segundo semestre com três títulos ainda em disputa: o Brasileiro (do qual o time é o oitavo colocado), a Copa do Brasil e a Recopa Sul-Americana.

Este ano, R10 está longe da melhor forma e, aos 34 anos, vive sua pior temporada com a camisa alvinegra. O meia marcou apenas um gol e contribuiu com apenas duas assistências. Dos 29 jogos da equipe, ele esteve presente em apenas 13 - menos da metade. Ainda assim, é esperança da torcida para que títulos possam vir antes que o atípico ano da Copa termine.

Em seus 730 dias vestindo a camisa do Atlético, Ronaldo jogou 83 partidas, marcou 27 gols e ajudou o time a conquistar 40 vitórias e 27 empates, além de ser derrotado 16 vezes. Ele conquistou os títulos do campeonato Mineiro e da Libertadores, ambos em 2013.

(*) Todos os números e falas desta matéria foram retirados da enciclopédia digital do Clube Atlético Mineiro

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