Desgastado, Atlético empata sem gols com o São Paulo

Wallace Graciano - Hoje em Dia
02/06/2013 às 20:31.
Atualizado em 20/11/2021 às 18:46

Quem vê o resultado por 0 a 0 ao final do duelo entre Atlético e São Paulo, realizado neste domingo (2), no Independência, imagina que foi um jogo chato de se assistir. Ledo engano. Apesar de desgastado, o Galo fez uma partida inteligente, mostrou força ofensiva, enquanto o Tricolor teve boas oportunidades para colocar a bola “dentro da caixinha”. O empate foi justo, mas talvez pedisse alguma bola nas redes.

Focado na Libertadores e com uma partida a menos disputada em relação aos demais clubes, o Atlético ocupa a 19ª colocação do Brasileiro, após somar seu primeiro ponto. O tricolor, por sua vez, recuperou a liderança do Nacional, que esteve nas mãos do Vitória. As duas equipes têm sete pontos, assim como o Botafogo, terceiro colocado. Porém, o Tricolor leva vantagem no saldo de gols.

O Atlético voltará a campo na próxima quarta-feira, quando encara o Vasco em crise no estádio de São Januário, às 21 horas. Na mesma data, mas às 19h30, o Tricolor Paulista receberá o Goiás, no Morumbi.

Força

Atlético e São Paulo protagonizaram grandes duelos nesta temporada, todos eles pela Copa Libertadores. Membros do mesmo grupo e se encontrando nas oitavas de final do torneio continental, as equipes bateram de frente em quatro oportunidades. Em três delas, o vencedor foi o Atlético, o que fez nascer uma pequena rivalidade entre os clubes, principalmente pelo lado paulista, que fez questão de mostrar que ainda existe uma certa tensão quando encara o alvinegro mineiro.

Desde o primeiro minuto, o São Paulo tentava compensar a qualidade técnica - que era visivelmente inferior se comparada a do Galo - com maior vontade de ir em busca de um resultado positivo. As divididas eram constantes no lado paulista. Em poucas oportunidades, a bola ficou “perdida”. Quase sempre havia um esforço a mais para tentar recuperar a pelota, estando ela nos pés dos jogadores do Atlético ou não.

A “gana” além do comum trazia também afobação na hora de finalizar. Tanto que a melhor chance de abrir o placar foi do São Paulo, porém não veio de uma jogada bem trabalhada, mas sim de um erro do Atlético, que costuma não pecar em jogadas de bola parada. Em um cruzamento da direita, Victor saiu mal e contou com Marcos Rocha para salvar em cima da linha uma cabeçada de Lúcio.

Ao mesmo tempo, o Atlético, visivelmente cansado após a dramática classificação sobre o Tijuana, tentava superar o maior ímpeto do adversário com jogadas bem trabalhadas. Foi assim que chegou ao gol de Rogério Ceni, ambas com Luan. Aos 36, o rápido atacante escapou pela esquerda, deixou a zaga na saudade, mas escorregou ao driblar o arqueiro tricolor. Aos 40, ele recebeu passe de Marcos Rocha, que havia feito bela jogada pela direita, mas pecou na finalização.

Essas foram as grandes emoções que o confronto trouxe à primeira etapa, uma vez que a  vontade sobrepujou à técnica. No fritar dos ovos, o jogo era bom, mostrava movimentação constante dos dois lados, mas a criatividade poderia ter sido um pouco maior. 

Físico pesou

Assim como na primeira etapa, os 45 minutos finais ofereceram um duelo bem movimentado, digno da capacidade dos dois clubes. Com isso, chances mais agudas apareceram. Como ocorreu aos nove minutos, quando Ronaldinho cobrou uma falta rapidamente para Jô, pegando a defesa tricolor “com as calças na mão”. O centroavante avançou e chutou com força, obrigando Rogério Ceni a fazer uma belíssima defesa.

Três minutos depois, porém, foi a vez do Tricolor quase abrir o placar, quando Aloísio fez grande jogada pela direita, passando por dois adversários e tocando para trás, deixando Victor fora da jogada. Osvaldo recebeu a pelota, mas perdeu uma grande oportunidade de abrir o marcador. O castigo veio aos 16 minutos, quando Denilson dominou a bola com o braço direito e, como já tinha o cartão amarelo, foi para o chuveiro mais cedo, o que obrigou o São Paulo a se fechar em seu campo.

O Galo até que tentou tirar proveito da “vantagem material” adiantando suas linhas rumo ao gol de Rogério. Chegou a ameaçar o goleiro com perigo em duas oportunidades, com Tardelli, aos 41, e Guilherme, aos 48. Porém, era visível que o lado físico pesou. Nada a reclamar de um time que fez frente a um São Paulo “descansado” e mostrou inteligência na maior parte da partida. De quebra, o Galo obteve a maior sequência invicta como mandante de um clube brasileiro na história, com 50 jogos sem perder como o "dono do espetáculo". 

FICHA TÉCNICA

ATLÉTICO 0 X 0 SÃO PAULO

ATLÉTICO: Victor; Marcos Rocha (Josué), Gilberto Silva, Leonardo Silva, Richarlyson; Pierre (Rosinei), Leandro Donizete, Ronaldinho, Tardelli; Luan (Guilherme) e Jô. Técnico: Cuca

SÃO PAULO: Rogério Ceni, Douglas, Lúcio, Paulo Miranda, Thiago Carleto (Juan); Denilson, Rodrigo Caio, Lucas Evangelista (Wellington), Maicon; Osvaldo e Aloísio (Rhodolfo). Técnico: Ney Franco

Motivo: Jogo válido pela terceira rodada do Campeonato Brasileiro

Data: 2 de junho de 2013

Estádio: Independência

Local: Belo Horizonte

Arbitro  Sandro Meira Ricci (PE)

Árbitros assistentes: Alessandro A Rocha de Matos (BA) e Altemir Hausmann (RS)

Árbitros assistentes adicionais: Wagner dos Santos Rosa (RJ) e Grazianni Maciel Rocha (RJ)

Cartões amarelos: Marcos Rocha, Tardelli, Ronaldinho e Leandro Donizete (Atlético);  Maicon (São Paulo)

Cartão vermelho: Denilson (São Paulo)

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