(LUIZ COSTA)
“Se acharam revistas pornográficas no esconderijo de Bin Laden por que não podemos fazer um altar para o Galo?”, assinalou Rodrigou Moura, quando indagado se não estaria cometendo algum “pecado” ao se ajoelhar diante do painel criado para o goleiro Victor e agradecer ao “santo” pelo título da Copa Libertadores, há dois anos. São Victor do Horto - como ele é descrito no painel instalado neste sábado (30) no bar Arena do Espeto, na região Leste de Belo Horizonte e próximo do estádio Independência - é autor daquilo que os atleticanos consideram um “milagre”, ao defender, com a perna esquerda, um pênalti na partida contra os mexicanos do Tijuana, pelas quartas-de-final da competição. Concebido pelo artista plástico Alexandre Mancini e pelo ilustrador André Fidusi, o painel recebeu centenas de visitantes na tarde de hoje, muitos deles vestindo camisas escuras estampadas com o rosto de Victor. Às 17 horas, um grupo grande realizou uma espécie de procissão, passando pelos portões do Independência e retornando ao bar. Animada por uma charanga, a celebração dos dois anos da defesa também teve um lado social, com a arrecadação de agasalhos usados. “Não há nada religioso nisso. É para ser levado com bom humor”, salienta Mancini, que tem outro painel na sede do Atlético, em Lourdes, com a imagem de jogadores importantes que passaram pelo alvinegro. O título da Libertadores foi marcado por outros momentos memoráveis, mas para ele e outros torcedores a defesa de Victor foi representativa de uma nova era. “Posso dizer que (a defesa) foi tão importante quanto o título, significando uma ruptura na história do clube, em que o azar já não estava mais presente”, destaca Mancini. “Antes tudo dava errado. Depois daquele lance a gente tinha certeza que o Atlético seria campeão”, recorda Bruno Oliveira Fortes, que também fez questão de se ajoelhar diante do painel. Ele acredita que a boa fase está longe de acabar, apostando num título do Campeonato Brasileiro. “Tem um dos melhores times do Brasil, só faltando encaixar algumas coisas.