Em uma noite de gala de Ronaldinho Gaúcho, com duas assistências para os dois gols do Galo, o Atlético estreou bem e superou o São Paulo por 2 a 1. O jogo, disputado no Independência, marcou o retorno do time alvinegro à Libertadores após um hiato de 13 anos. O resultado pode ser creditado na conta do R10, que em dois lances geniais garantiu o triunfo que pode ser, ao fim da primeira fase, decisivo.
O jogo foi marcado pela excelente aplicação tática das equipes, que marcaram muito bem e souberam aproveitar as esparsas chances de gol. Os dois comandantes mexeram bem e conseguiram manter o jogo em alto nível, dígno de uma abertura de Libertadores.
Com os três pontos, o Atlético começa bem a caminhada rumo ao título e vai encarar o Arsenal na Argentina, no dia 26 de fevereiro. Já o São Paulo receberá o The Strongest, da Bolívia, no Morumbi, no dia seguinte.
O jogo começou bastante truncado, com os times se estudando bastante. Com formações semelhantes, os dois times entraram em campo bastante ofensivos, com quatro homens atuando de forma mais incisiva no ataque. Enquanto o Galo de Cuca entrou no 4-2-3-1, o São Paulo de Ney Franco foi armado no 4-3-3.
Logo aos 6 minutos, a torcida do Atlético teve o grito de gol guardado na garganta. Após falta em tardelli na intermediária, Ronaldinho alçou à área e Jô resvalou de cabeça. Rogério Ceni mostrou que ainda está em grande forma e espalmou para fora. O lance, no entanto, não serviu para abrir os times que seguiram trabalhando forte na marcação.
Se o futebol não era vistoso, o Atlético soube aproveitar com maestria a chance que teve, aos 12 minutos . Em um lance de gênio, Ronaldinho ficou na área esperando a cobrança de lateral e recebeu livre na ponta direita. Ele dominou e rolou para Jô, que mostrou oportunismo para cutucar a bola para o fundo do gol de Ceni. Com o placar favorável, o time alvinegro se fechou bem e passou a marcar o São paulo, esperando para sair "só na boa".
Apesar do jogo truncado, o Atlético apostou corretamente nos contra-ataques e quase chegou ao segundo gol aos 26 minutos. Leandro Donizete deu lançamento açucarado para o jovem Bernard. O meia recebeu na ponta esquerda, pedalou para cima do marcador e bateu. Ceni bateu roupa e a bola sobrou para Tardelli na área. O atacante mandou para o gol, mas pegou mal na bola, desperdiçando a chance de consagrar seu retorno a BH.
Se o jogo não teve grandes emoções no restante da etapa inicial, o que se viu foram duas grandes equipes no gramado. Times bem montados, conscientes taticamente dando a impressão de que qualquer erro seria fatal. Mérito para o meio de campo de ambas as agremiações, que fizeram grande trabalho de proteção das defesas, impedindo que ambos os goleiros tivessem que trabalhar com mais afinco.
Segundo tempo
O primeiro tempo terminou com o Atlético dominando, mas a conversa no intervalo parece ter surtido efeito para os comandados de Ney Franco. O tricolor voltou mais aceso e assustou logo no segundo minuto, após manter o uniforme de Victor intocado na etapa inicial. Apesar do ímpeto nos primeiros minutos, o sistema defensivo do Atlético seguiu sólido, garantindo a vantagem. Com a dificuldade de chegar à meta atleticana, Ney mexeu no time com ousadia, tirando o zagueiro improvisado lateral Paulo Miranda para a entrada de Aloísio. Com isso, Douglas que vinha atuando como ponta assumiu seu lugar no flanco direito da defesa tricolor.
Contudo, a boa marcação de ambas as equipes deixou a primeira metade da etapa complementar com menos emoção, com muito perde e ganha no meio campo. Com a dificuldade de chegar trocando passes, o time são paulino passou a tentar as bolas alçadas na área, enquanto o Galo seguiu esperando a chance de sair em velocidade. Com essa postura mais recuada, o São Paulo ganhou campo e quase chegou ao gol aos 21 minutos. Em um raro vacilo da defesa alvinegra, Luís Fabiano apareceu em velocidade sozinho. O centroavante bateu firme e Victor, seguro, operou um milagre para garantir o bicho da rapaziada.
Com o jogo amarrado, os dois treinadores mudaram suas equipes. No Atlético, o jovem Luan entrou no lugar de Diego Tardelli, que sem rítmo, sentiu o jogo e saiu ovacionado pela torcida. Já no São Paulo, mudança na organização do ataque, com Ganso entrando na vaga de Jadson. Aos 25 minutos, o arqueiro atleticano que pouco trabalhou na primeira etapa foi obrigado a trabalhar novamente. Aloísio recebeu a bola na área e mandou a bomba, para bela intervenção do camisa 1.
Com o jogo começando a complicar, brilhou novamente a estrela de R10, aos 27 minutos. O maestro alvinegro recebeu na direita e, com tranquilidade, passou por dois marcadores. Ele levantou a cabeça e cruzou na medida, dando uma verdadeira assistência para Réver. A "Torre Gêmea" alvinegra mostrou categoria e tempo de bola para subir e cabecear certeiro para balançar mais uma vez a meta de Rogério Ceni, Galo 2 a 0. O camisa 10 voltou a mostrar categoria poucos minutos depois. Ele recebeu a bola na intermediária e, de trivela, lançou Luan. O avante recebeu na esquerda e tentou cruzar para Jô, livre na área. O zagueiro Rhodolfo se recuperou bem e estragou a chance de ampliar o placar.
Contudo, a eficiência atleticana foi superada pela boa forma do São Paulo. Luís Fabiano recebeu na intermediária e mostrou visão de jogo. O camisa 9 rolou a bola com muito carinho para Aloísio vencer Júnior César na velocidade e bater firme, sem chances para Victor que dessa vez não evitou o gol tricolor. Apesar do susto, o time alvinegro teve maturidade e qualidade para não se abater e seguiu bem até os 47 minutos. No finalzinho, Ganso teve a bola do jogo nos seus pés. O camisa 8 recebeu na entrada da área e bateu firme. Para a alegria da Massa, a bola foi para fora, dando números finais ao placar.
Atlético 2 x 1 São Paulo
Motivo: 1ª rodada do Grupo 3 da Copa Libertadores
Estádio: Independência, em Belo Horizonte (MG)
Árbitro: Marcelo de Lima Henrique (Fifa-RJ)
Auxiliares: Altemir Hausmann (Fifa-RS) e Fabrício Vilarinho da Silva (Fifa-GO)
Gols: Jô aos 12 do primeiro tempo; Réver aos 27 e Aloísio aos 37 do segundo tempo
Atlético
Victor; Marcos Rocha, Réver, Leonardo Silva e Junior César; Pierre, Leandro Donizete, Bernard (Richarlyson), Ronaldinho e Diego Tardelli (Luan); Jô (Alecsandro).
Técnico: Cuca
São Paulo
Rogério Ceni; Paulo Miranda (Aloísio), Lúcio, Rhodolfo e Cortez; Wellington (Maicon), Denílson e Jadson (Ganso); Douglas, Luís Fabiano e Osvaldo.
Técnico: Ney Franco