Atlético x Flamengo é, por toda tradição e rivalidade dos clubes, um dos maiores clássicos do Brasil. Mas a partida de quarta-feira tem um ingrediente a mais: será o primeiro encontro de Ronaldinho Gaúcho com a inflamada torcida rubro-negra, desde que ele deixou o rival carioca e chegou ao Galo, no dia 4 de junho.

Depois de ser recebido com uma superfesta na Gávea, no início de 2011, diante de mais de 20 mil torcedores, o jogador saiu pela porta dos fundos, no fim de maio. E cobra na Justiça uma dívida de R$ 40 milhões.

Enquanto o campeão mundial é o principal assunto no Rio, às vésperas do jogão, na Cidade do Galo a situação é outra. Ronaldinho está proibido de dar entrevistas. Mesma medida havia sido adotada antes do confronto, que estava marcado anteriormente para 5 de agosto.

O duelo, válido pela 14ª rodada, não aconteceu por causa das más condições do gramado do Engenhão.

EXPECTATIVA

Ronaldinho falou rapidamente sobre o duelo de amanhã, após o empate com o Grêmio, domingo, no Independência. “Eles brigam por um objetivo bem diferente do nosso. É um grande clássico. Devido à forma que eu saí do Flamengo, por eles estarem muito mal e a gente muito bem, cria uma rivalidade muito grande”, disse.

De fato, esse não vai ser um jogo comum. A diretoria flamenguista reduziu o preços dos ingressos, que vão custar entre R$ 5 e R$ 20. Até na última segunda-feira (24), 22.607 entradas haviam sido vendidas, de um público esperado de 40 mil espectadores.

Cientes dos protestos que R 49 sofrerá na capital fluminense, a Polícia Militar montou uma estratégia.

O Grupamento Especial de Policiamento em Estádio (Gepe) dará cobertura ao jogador e à delegação do Atlético. Até mesmo seguranças do Flamengo estarão à disposição dos mineiros. Aproximadamente 500 policiais estão escalados para o duelo, mesmo número utilizado em clássicos regionais no Rio.

ALERTA

O Flamengo pede para os torcedores não jogarem moedas e outros objetos no gramado, o que acarretaria em punições ao clube. A diretoria do Atlético adota a mesma postura do jogo contra o Grêmio em Porto Alegre, na sétima rodada, quando Ronaldinho também sofreu com a ira dos gremistas. E não vai mudar o esquema de segurança. Segundo o clube, a obrigação é da PM do Rio de Janeiro. Três seguranças do time viajam para o jogo.

Mesmo com todo o interesse que o reencontro do craque com o Flamengo vem despertando, o técnico flamenguista, Dorival Júnior, tenta desviar o foco e concentrar as atenções no Atlético. “Não vou nem tocar no assunto. Isso não é necessário. Os jogadores sabem diferenciar uma situação da outra”, garantiu Dorival.

Casamento rompido

A história de amor e ódio entre Ronaldinho e o Flamengo durou pouco mais de um ano. De ídolo, ele acabou execrado, no final. Quando saiu, ainda tinha seis meses de contrato. Na passagem pelo rubro-negro, o craque brilhou pouco dentro das quatro linhas. O “sucesso” foi mesmo fora de campo, onde “batia cartão” na noite carioca.

Com o relacionamento rompido com o técnico Vanderlei Luxemburgo e parte do elenco, a situação ficou insustentável. Os torcedores não o perdoam. Na última semana, a torcida do Flamengo ostentou uma bandeira com os dizeres: “Ronaldinho, você é o câncer da Dona Miguelina”. A mãe do jogador luta contra a doença.
 

Compartilhar