A esposa do goleiro Everson, do Atlético, Rafaela Vieira, usou as redes sociais nesta terça-feira (25) para publicar uma mensagem de apoio ao marido, devido ao momento conturbado que vive no clube mineiro. O arqueiro não foi liberado para enfrentar o Internacional, nesta quarta-feira (26), por conta de uma piora do quadro de inflamação no dedo mínimo da mão direita.
Rafaela fala em “exigir respeito” e humanidade e destaca todos os momentos que o marido já passou no futebol até chegar à titularidade no Galo. “Por mais que uma profissão exija determinada postura, certa atitude, nada pode ser maior que a sua essência, que a sua humanidade”, diz trecho da “carta aberta” publicada por ela no Instagram.
Everson comentou a publicação da mulher afirmando que estará sempre “de mãos dadas” com ela: “Meu amor! Sempre estivemos juntos “naquele nada e naquele tudo”. E não vai ser diferente agora! Como sempre de mãos dadas!”
Contratado em 2020 pelo Atlético, Everson sempre foi titular e alcançou as maiores glórias da carreira com a camisa alvinegra. Contudo, nesta temporada, o goleiro vem sendo cobrado pela torcida alvinegra por não apresentar o mesmo futebol dos últimos anos. Após o empate contra o Fortaleza no último domingo (23), o goleiro revelou que estava com muitas dores e “jogando no sacrifício”.
“Desculpa, mas sempre tem (perseguição). Ninguém sabe o sacrifício que fiz para jogar hoje (contra o Fortaleza) foi difícil pra cara***. Estou cheio de dor. Mas, enquanto a dor for suportável e eu aguentar a dor, eu vou jogar. Por mais que eu não agrade uma parte da torcida. Ano passado eu passei por isso e terminei 2023 como um dos melhores goleiros da competição, ajudando a equipe no segundo turno, fazendo grandes defesas”, afirmou após o empate com o Leão, na Arena MRV.
Sem ele contra o Internacional, Milito deverá mandar a campo Matheus Mendes. Sobre a volta do arqueiro à titularidade, o Galo não determinou um prazo.
Leia a 'carta aberta' de Rafaela Vieira na íntegra
“Essa carta não é sobre o futebol.
Também não é mais uma carta de amor. É uma carta sobre a humanidade. É sobre aquela frase: “matar um leão por dia” nós começamos matando vários. E eles não paravam de surgir. De repente começamos a tentar ficar em paz com eles e conviver. Não dava para ter forças e armas o tempo todo.
Então começaram a surgir outros animais... dos mais falantes e inconvenientes que se possa imaginar... Eles tentam a todo tempo tirar sua paz. Não são como os leões que te desafiam, te tiram do lugar, são como hienas, que incomodam, fedem, e te tiram o seu melhor: a paz e a leveza. Estão aí há algum tempo, e quanto mais são ignorados, mais gritam. Chega uma hora que não é mais possível fingir, se calar, ignorar: é preciso demonstrar que não está certo.
É preciso exigir respeito. Muitos chamarão de fraqueza, ou usarão aquele termo atual: “mimimi”. Eu chamo de humanidade. Por mais que uma profissão exija determinada postura, certa atitude, nada pode ser maior que a sua essência, que a sua humanidade. Eu vi quantas coisas foram necessárias para chegar até aqui. Eu estava ali. Naquele nada. Naquele tudo. Eu vi.
Mas nem todo mundo viu. Quem não viu nunca verá, não adianta mostrar. Cada um vê o que tem em si. Mas eu, bem, eu admiro essa humanidade e sempre vou me orgulhar de saber a verdade. Estarei aqui, de mãos dadas. Lutando contra todos os animais que surgirem.
Com muito mais amor, Rafa”.
*Estagiário sob supervisão de Paulo Duarte
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