Força Atleticana de Ocupação toma ruas de Marrakesh

Gláucio Castro e Felipe Torres - Hoje em Dia (*)
17/12/2013 às 08:43.
Atualizado em 20/11/2021 às 14:50

(Lucas Prates)

MARRAKESH – Em 1969, Fábio Fonseca criou um projeto chamado Força Atleticana de Ocupação (FAO), um movimento que tinha como objetivo organizar a presença da Massa nos estádios e aumentar a sua força além das fronteiras de Minas Gerais.
Quase 45 anos depois, a torcida atleticana dá uma grande manifestação de força e amor ao clube. O Atlântico não foi barreira, e a Massa invadiu o Marrocos.

E o temor de encarar o time da casa, o Raja Casablanca, na quarta-feira (18), na semifinal do Mundial de Clubes, está minimizado. A Massa deve dividir o estádio com a torcida local, pois o Galo deve contar com mais de 20 apaixonados no Estádio de Marrakesh.

Números

Os números são impressionantes. Segundo José Eugênio de Aguiar, presidente do Sindicato das Empresas de Turismo de Minas Gerais (Sindetur), cerca de 15 mil pacotes para o Mundial foram vendidos, sendo dez mil em Minas Gerais e outros cinco fora do Estado.

O preço médio é de R$ 10 mil. Isso significa que só em pacotes, a Força Atleticana de Ocupação investiu cerca de R$ 150 milhões. Somando-se os gastos com turismo e alimentação, o valor será maior que a arrecadação do clube no ano passado, que foi de R$ 163 milhões.

Mas o número total de atleticanos em Marrakesh deve ser superior a 20 mil, pois milhares de torcedores viajaram por conta própria.

Com essa turma, o total gasto pela Massa na invasão a Marrakesh deve ser maior que os cerca de R$ 200 milhões que o clube deve faturar em 2013.

"Invasão" da Massa é marcada pela ajuda ao próximo no Marrocos

Uma breve volta por Marrakesh e fica a certeza: a torcida do Atlético invadiu a cidade. As bandeiras penduradas nas sacadas dos hoteis marcam o território. O interessante é a história de amor ao Galo criou uma atmosfera bem particular. Crianças, jovens, adultos e idosos criaram uma verdadeira comunidade no país africano.

Os torcedores se ajudam no Marrocos, fazem questão de cumprimentar e aconselhar aos conterrâneos. Situação contrária da correria de Belo Horizonte, em que o tempo parece ditar as regras. “Olha, se você passar pela Praça Jemaa El-Fna, encontrará um peixe maravilhoso. Só que depois das 22h, o lugar fica perigoso”, comentava o policial civil Enilton Viana, de 38 anos, com um outro brasileiro.

Já os amigos Orlando Eustáquio, 69, Lineu Luiz da Fonseca, 67, e Antônio Eustáquio da Fonseca, 59, caminhavam sem rumo pela Avenida Mohammed V, umas das maiores de Marrakesh. Eles haviam acabado de desembarcar no local. Não demorou e foram “acolhidos” por um outro grupo de Belo Horizonte.

Amuleto

O médico Guilherme Santiago, 47 anos, trouxe um amuleto para dar sorte ao Atlético. “Foi presente de um amigo”, mostra orgulhoso a camisa com a imagem de Nossa Senhora das Graças, idêntica a que o técnico Cuca usou na Libertadores.

A filha, Tais Santiago, de 13, viajou com todos os terços que leva para o Independência. Além do amor ao Galo, eles aproveitavam as peculiaridades de Marrakesh. No fim da tarde de ontem, Taís viveu a experiência de tirar foto com dois macacos nos ombros.

Fan Fest

A Fifa montou um grande espaço em Marrakesh para divulgar o Mundial. A “Cidade da Fifa” atraiu a Massa, que compareceu em peso no espaço e acabou encontrado com os “rivais” do Raja. Os marroquinos tentavam provocar os brasileiros, com cânticos e posando nas fotos dos atleticanos. “Antes de ganharem do Monterrey, o pessoal do Raja estava até tranquilo. Agora, nos veem como rivais. Assim, a cordialidade diminui”, relata o corretor de imóveis Fabiano Gumier, 35. 

 (*) Enviados especiais

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