Galo pagaria dívida em cinco anos, mas consegue desconto e parcelas "suaves"

Frederico Ribeiro - Hoje em Dia
Publicado em 10/10/2014 às 17:13.Atualizado em 18/11/2021 às 04:34.
 (André Brant)
(André Brant)

Demorou, mas qualquer pessoa que vive a situação administrativa do Atlético de perto dirá que valeu a pena. Na negociação com o Governo Federal, o Galo conseguiu sair de uma possível proposta de 60 meses para parcelar R$ 274 milhões para um pagamento de R$ 159 milhões em 180 parcelas mensais.

O diretor jurídico do clube, Lázaro Cândido, comentou o tamanho do passo que o Galo deu para sanar todos seus problemas fiscais, que duravam três décadas de luta. Do dinheiro da venda de Bernard que o Atlético tinha direito (R$ 37 milhões), R$ 25 milhões serão usados como pagamento imediato, primeira parcela, à Fazenda Nacional.

"Toda essa questão passou por negociações. Conseguimos um bom parcelamento, que capacita o clube a zerar toda a dívida com a União. Veja só, tivemos um desconto de 90 milhões previstos em lei. Houve uma proposta de pagamento total da dívida em apenas cinco anos. Mas as parcelas ficariam fora da realidade (R$ 4,5 milhões por mês). Então, conseguimos um parcelamento de 864 mil reais a cada 30 dias, durante 15 anos", afirmou Lázaro, ao Hoje em Dia.

Entre idas e vindas a Brasília, Alexandre Kalil e sua cúpula de diretores acertaram com a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional para findar as dívidas tributárias com a oficialização da entrada do Galo ao Refis (Programa de Recuperação Fiscal). Na próxima semana, o Atlético resolverá as questões burocráticas

ENFRENTAMENTO GLOBAL
Kalil está no final de seu mandato e o Atlético terá eleições no final do ano. O mandatário sairá da cadeira mais importante da Sede de Lourdes em janeiro, mas poderá se vangloriar de ter conquistado a Libertadores. Mas, também, de ter outros troféus fora de campo. Isso porque, nas últimas três décadas, o Atlético resolvia o problema tributária com operações tapa-buracos. Acordos temporários para acertar pequenos pedaços da dívida.

Foi a primeira ação que o clube mineiro promoveu com o Governo para tratar a dívida global. "O que cosneguimos em Brasília representa muito. Dívidas tributárias podem colocar o clube em risco decaos administrativo. Agora, essa estabilidade é fundamental para as próximas administrações", completou Lázaro.

Vale lembrar que, em outubro de 2013, a gestão de Alexandre Kalil amortizou todas as dívidas trabalhistas do clube. Do acordo com o Tribunal Reginal do Trabalho, feito em 2007 sob a presidência de Ziza Valadares, até o ano passado, o Galo pagou quase 50 milhões de reais.

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