O Atlético não conseguiu conter a pressão do São Paulo e de sua torcida e saiu derrotado do Morumbi por 2 a 0, na noite desta quarta-feira (17), em jogo válido pela última rodada do Grupo 3 da Libertadores. Os gols de Rogério Ceni (de pênalti) e Ademílson fizeram com que o Galo perdesse os 100% de aproveitamento na competição e colocaram o clube paulista nas oitavas de final do torneio continental. A ironia é que o destino reservou justamente um duelo entre os clubes na próxima fase.
Agora resta ao Galo superar esse triste revés e já pensar nas oitavas de final do torneio. O primeiro encontro será realizado possivelmente no feriado de 1º de maio, uma quarta-feira, no mesmo Morumbi que foi palco do embate desta quarta-feira. O Atlético, por ter feito a melhor campanha do torneio,terá a vantagem de jogar no Independência a partida de volta.
Jogo apreensivo
Truncado, como era de se esperar. Assim foram os 45 minutos iniciais do embate entre São Paulo e Atlético. Desde o rolar inicial da bola ficou evidente que o tricolor levaria a tensão na ponta da chuteira. Esse clima de apreensão nos gramados era compartilhado pelos torcedores presentes nas arquibancadas do Morumbi, que vibravam a cada dividida e questionavam a cada falta cometida em um dos jogadores da equipe paulista. Assim, a força sobrepujou à qualidade técnica.
O Atlético, por sua vez, mostrou ao seu torcedor um futebol inteligente. Se não conseguia tomar as rédeas da partida e impor seu jogo de qualidade, o clube conseguiu conter a pressão adversária. Uma das virtudes do time de Cuca foi o deslocamento dos volantes para segurar os avanços dos rápidos pontas do tricolor, principalmente após Richarlyson, que ocupava o lado esquerdo, ser amarelado. Na frente, Ronaldinho tentava puxar a marcação para abrir espaços entre a defesa adversária, porém a estratégia não deu certo.
Atrás do prejuízo, o São Paulo tentou pressionar o Atlético em seu campo para achar brecha e, quem sabe, finalizar. Bem postado, o Galo neutralizou as investidas do rival. Tanto foi, que a torcida tricolor somente vibrou nas arquibancadas com o gol do Arsenal, de Sarandí, sobre o Strongest. O resultado parcial permitia que o time paulista se classificasse à segunda fase da Copa Libertadores, caso conseguisse balançar a rede alvinegra. Porém, ficou para a etapa complementar.
Tricolor vai à forra
A volta do intervalo prometia a mesma tônica da primeira etapa: pressão tricolor em busca do gol e Atlético atrás, em busca de uma contra-ofensiva. E assim foi, ao menos até os nove minutos, quando Aloísio foi derrubado na área por Leonardo Silva. Pênalti. Rogério Ceni ajeitou com carinho na marca do cal e não desperdiçou a oportunidade. 1 a 0.
Rogério Ceni marcou o primeiro gol do tricolor paulista (Foto: Nelson Almeida/AFP)
Com o gol, os papéis se inverteram: o tricolor do Morumbi passou a não se preocupar mais com o relógio, enquanto o Atlético buscava o empate, uma vez que queria eliminar um concorrente direto ao título do torneio o quanto antes. Porém o Galo pouco ameaçava a meta rival. O mesmo não pode se dizer do time paulista. Em contra-ofensiva, o São Paulo aproveitava as brechas dadas pela zaga rival para criar suas oportunidades. E assim ampliou o placar, aos 36 minutos, quando Ganso lançou Osvaldo pela direita, o rápido atacante chegou na ponta da área e centrou para Ademílson. Livre, o avante só teve o trabalho de cutucar para rede. 2 a 0.
Ademílson anotou o segundo gol tricolor paulista (Foto: Nelson Almeida/AFP)
Com o placares na capital paulista e na Argentina, os donos da casa foram ao delírio. A tensão inicial se transformou em euforia, sobrando até mesmo gritos de “olé” na arquibancada. O Atlético bem que tentou conter esse ímpeto, jogou de forma inteligente na primeira etapa, mas o gol nos primeiros minutos do segundo tempo desarticulou a estratégia estabelecida nos vestiários. Agora é assimilar bem a derrota para voltar a ser o time que encantou a América do Sul durante a primeira fase da competição.
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