A seca impera na vida do centroavante Jô. Após a partida contra o Grêmio, para qual o atleta não foi sequer relacionado , são 20 jogos (mais que um turno inteiro do Brasileirão) sem um golzinho do camisa 7, teoricamente o principal homem gol do Galo. Após ficar de fora do confronto contra o tricolor gaúcho, o jogador espera retornar ao time e reviver a boa fase de artilheiro do ano passado, quando foi o maior goleador da Libertadores e o líder em bolas nas redes do Atlético na temporada. Para isso a receita é uma só: muito trabalho.

Em má fase, o atacante sabe que precisa voltar a marcar para diminuir as cobranças que vem tanto da arquibancada quanto internamente, no clube. Prova disso foi a escolha de Levir Culpi de deixar o atacante de fora do importante confronto contra o Grêmio, no domingo, no Independência, partida que terminou com empate por 0 a 0 (com uma ajudinha do árbitro que anulou o gol legal de Luan). O último gol, dos oito anotados nesta temporada, foi no dia 10 de abril, contra o Zamora pela Libertadores. Já são 159 dias sem balançar as redes. Assumindo o momento complicado, o camisa 7 espera contar com a confiança do treinador para o próximo compromisso do time no Brasileirão, na quinta-feira (18) diante do Goiás no Serra Dourada.

"O Levir foi claro comigo, falou que eu ficaria fora desse jogo, para descansar, pensar nessa fase e nesse momento sem gols. Foi tranquilo, eu entendi, ele foi inteligente ao me deixar fora de um jogo para pensar. Tenho que treinar mais, me dedicar mais e assim os gols vão voltar a acontecer. Eu tenho que assumir a responsabilidade. São muitos jogos sem marcar e eu sempre fiz gols. A cobrança tem que ser grande e eu assumo toda a responsabilidade. São dois anos e meio jogando com centroavante e o time fica meio perdido, mas é a opção do Levir e eu tenho que seguir trabalhando", analisou.

O jogador está longe do protagonismo de temporadas passadas com a camisa alvinegra, quando foi fundamental nas conquistas da Libertadores e do Mineiro 2013. Se no ano passado ele liderou a artilharia do time com 19 tentos anotados em 52 jogos (média de 0,36) este ano ele é apenas o terceiro na lista dos goleadores. Tardelli lidera a contenda com 13 e André é o segundo com dez. Além disso, sua participação nos gols dos companheiros também diminuiu com apenas quatro passes para gol, a metade da temporada passada. Para voltar aos dias de glória que o levaram para a Copa das Confederações e a Copa do Mundo, o jogador aposta no comprometimento.

"Eu tenho que continuar jogando, treinando. Acho que quando se treina bastante e se concentra bem, fazendo as coisas certas no treino no jogo sai automático. Hoje a gente fez um trabalho de finalização para aperfeiçoar, já que às vezes você tem uma bola no jogo. Preciso voltar a me dedicar, treinar mais. Não adianta tentar explicar e chegar no jogo e não fazer nada. Tenho que chegar no jogo e conseguir fazer os gols", afirmou.

Ao todo, Jô vestiu a camisa alvinegra em 113 oportunidades, com 59 vitórias, 32 empates e 22 derrotas (aproveitamento de 61,65% dos pontos disputados). Ele espera que o Galo volte a vencer diante da difícil equipe do Goiás, que conta com o grande gramado do Serra Dourada como um aliado. Os três pontos, segundo o jogador, podem ajudar o Galo a definir suas aspirações no Brasileirão. Atualmente o time ocupa a oitava colocação com 31 pontos, cinco a menos que o Corinthians, último time na zona de classificação para a Libertadores e seu adversário na sequência da Copa do Brasil, que terá sequência em outubro.

"Jogar no Serra Dourada é complicado, campo grande, mas temos que voltar a ganhar fora de casa e ver o que a gente quer no Campeonato: Libertadores e título ou ficar no meio da tabela. A gente tem que tentar ser campeão do segundo turno para ver o que vai dar lá na frente", concluiu.

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