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A cena é a final da Copa do Mundo de 2014. De um lado havia um time canarinho aflito. Do outro, o Uruguai que vivia a mística do “Maracanazo” e se aproveitava a qualidade técnica de Edinson Cavani para dar números iniciais à decisão. As esperanças ficavam escassas conforme o tempo passava. Eis que entra em campo Ronaldinho. Mantido no banco por Scolari, ele corre para o gramado para ser aquele que iria “salvar uma nação”. E consegue. Com dois gols, faz com que o placar de 1950 seja repetido. Desta vez, porém, as lágrimas da torcida brasileira presente no Maracanã eram de felicidade. Foi dessa forma que o jornal francês “L'Equipe” imaginou o 2014 perfeito para “Ronnie” (como o camisa 10 do Galo é conhecido por lá). Em sua sessão “L'Equipe de Rêve” (Equipe dos sonhos, em tradução livre), o periódico fantasia o futuro de grandes astros do esporte no ano que se aproxima. Além de Ronaldinho, Didier Drogba, Kobe Bryant, Renaud Lavillenie e Marion Bartoli já tiveram suas “matérias proféticas” estampadas na publicação. O texto aborda uma série de desventuras que levaram Ronaldinho à sua terceira Copa do Mundo. O camisa 10 do Galo só foi lembrado por Scolari porque Neymar teria rompido o tendão de Aquiles às vésperas do torneio, durante um treinamento. Tratado como em “final de carreira” no Atlético, “Ronnie” se junta aos demais comandados e contagia o grupo que treinava na Granja Comary ao fazer um “pacto” pela vitória. Afastado da Seleção Brasileira desde o confronto contra o Chile, que foi realizado em Belo Horizonte, em abril de 2013, Ronaldinho ganha uma oportunidade no grupo, mas sem assumir a condição de titular durante todo o Mundial. O crauque tinha sua importância ao dar volume de jogo durante o segundo tempo. O periódico, em sua matéria, destaca que, além da qualidade técnica, o “showman” se destacava também por seu carisma e a amizade com os demais jogadores que foram convocados por Scolari. Com sua alegria, ele faz o Brasil avançar pela primeira fase. No início do mata-mata, uma pedreira, a Holanda, partida que foi disputada em Belo Horizonte, jogo que sequer entrou em campo. Nas quartas, outra vez a Inglaterra em seu caminho. Como em 2002, a Seleção seguia para a semifinal, onde bateria a França. Na grande final, contra o Uruguai, dois gols, sendo o último faltando três minutos para o apito derradeiro. Era o título confirmado. A consagração do craque, que, após a partida, teria dito ao “L'Equipe”: “Eu sempre pensei que acabaria bem”.