(Arquivo Pessoal)
Em um estádio que promete pulsar durante os 90 minutos, um time mineiro medirá forças contra um representante catarinense pelo Campeonato Brasileiro. Mas serão dois ex-zagueiros paranaenses que darão o tom no duelo desse domingo (28), pela 9ª rodada, entre Atlético e Joinville. Os técnicos Levir Culpi e Adilson Batista possuem uma relação que vai além do estado natal: o comandante alvinegro foi o responsável por lançar o agora adversário para o futebol profissional, em 1986. Aos 62 anos, o treinador atleticano se reencontrará no Mineirão com um “pupilo” 16 anos mais novo. Levir é considerado um mentor pelo também ex-zagueiro, campeão mundial com o Corinthians em 2000. Além de ter treinado o rival desse domingo (28) no que restou da “SeleGalo” em 1994, o experiente treinador foi quem tirou Adilson das categorias de base do Atlético-PR, há quase 30 anos, em sua segunda experiência como técnico. Assim, respeito e admiração se tornaram palavras obrigatórias nos discursos sobre o antigo “professor”. Tanto que Adilson se prepara para enfrentar, segundo ele próprio, “o melhor time do país na atualidade”. “O Levir é um treinador muito capacitado. Chegou ao Atlético em 1994, totalmente desconhecido, e fez uma bela campanha no Brasileiro. Ele é muito inteligente e acrescenta ao futebol. É uma pessoa que precisa ser mais ouvida por nós”, avalia o “aprendiz”. Levir se lembra do tempo em que Adilson era apenas um jovem sonhando com o sucesso na carreira. Agora, vê-lo no banco adversário reforça a experiência do comandante alvinegro, que manteve o bom humor ao comentar o assunto em entrevista coletiva na Cidade do Galo. “Fui ver um treino do time júnior do Atlético-PR e puxei um zagueiro muito técnico para o profissional. Era o Adilson. Se destacava como jogador e se reciclou como técnico. É meu amigo. Uma pena que a gente vai ter que se “matar” no dia do jogo. Me sinto desconfortável por ter de vencer um amigo”, brincou. Homenagem No último domingo, contra o Flamengo, o Gal0 passou a ser o time brasileiro mais treinado por Levir, só atrás do Cerezo Osaka (Japão), com o qual o técnico disputou 323 jogos. As 258 partidas à frente do Atlético – superando a própria marca pelo Cruzeiro – renderam uma homenagem ao veterano comandante. Das mãos do presidente atleticano Daniel Nepomuceno, Levir ganhou nesta sexta-feira (26) uma placa comemorativa com a seguinte mensagem: “Foram 258 jogos, em quatro passagens distintas. Uma trajetória de grandes conquistas que entra para a sua história e também para a história do Clube Atlético Mineiro”. Mineirão lotado O atleticano que ainda quiser um ingresso para o jogo entre Atlético e Joinville, às 11h deste domingo, no Mineirão, terá que pagar caro. Como a carga colocada à venda pelo clube alvinegro já está esgotada, restam agora apenas algumas entradas de Camarote, Cadeira Vip e Cadeira Vip Superior, comercializadas exclusivamente pelo consórcio Minas Arena, com preços de R$ 280 a R$ 5.400. Depois de cinco dias de oferta promocional para os sócios do programa Galo na Veia, o Atlético colocou os poucos ingressos restantes à venda nas bilheterias físicas para o torcedor comum, a um preço único de R$ 50. Com grandes filas, o montante se esgotou rapidamente. Assim, a previsão é de público recorde nesta edição do Campeonato Brasileiro: a carga total não foi informada pelo clube, mas pode ultrapassar 55 mil lugares comercializados. Ex-treinador da Raposa só perdeu um superclássico em Minas No duelo contra o treinador que mais esteve à frente de Atlético e Cruzeiro (515 jogos ao todo), Adilson Batista tem motivos para se orgulhar ao pisar no Mineirão. Escalado para a despedida do craque Alex, neste sábado (27), no Gigante da Pampulha, o técnico só foi derrotado uma vez no clássico enquanto dirigiu a Raposa. Foram 12 confrontos, entre março de 2008 e fevereiro de 2010, com um aproveitamento de dar inveja e deixar saudades na Toca: nove vitórias, dois empates e um tropeço diante do Galo, com 28 gols marcados e apenas seis sofridos. No período, Adilson conseguiu ainda um vice-campeonato da Libertadores, em 2009. Ele havia ficado 10 meses desempregado antes de assumir o Joinville.