Rodrigo Caetano foi um dos responsáveis pela contratação de Turco Mohamed (Pedro Souza / Atlético)
A eliminação para o Palmeiras pôs fim ao sonho do título do bicampeonato da Copa Libertadores do Atlético. Pior, sobrou para o clube alvinegro apenas o Campeonato Brasileiro, competição em que a equipe aparece em sétimo lugar, com poucas chances de título. O time que caiu nos torneios de mata-mata de forma antecipada para os objetivos do clube nem de longe lembra aquele campeão de ‘quase’ tudo no ano passado.
E as diferenças entre as equipes de 2021 e 2022 não aparecem apenas dentro de campo. A base do time é praticamente a mesma, mas o desempenho, a eficiência e a confiança estão bastante modificados. Se na temporada passada, o Galo era praticamente imbatível, neste ano, a equipe sofre para vencer jogos simples e adversários considerados inferiores em investimento.
O que aconteceu que o Atlético não conseguiu manter o espírito vencedor da equipe do ano passado? Quais foram os erros na gestão do clube que causaram as eliminações na Copa do Brasil e na Libertadores e ao baixo rendimento no Brasileiro? Listamos cinco questões que atrapalharam a temporada do time.
1 - Contratação do Turco
Após a saída de Cuca, em dezembro de 2021, o Atlético correu para trazer um técnico à altura. Não conseguiu. As primeiras tentativas do clube foram frustradas com negativas de nomes como o dos portugueses Jorge Jesus e Carlos Carvalhal, e do argentino Eduardo Berizzo. Após as recusas, o Atlético fechou com o argentino Antonio Turco Mohamed. Quando anunciado, Turco era mais conhecido da torcida atleticana por ser o treinador do Tijuana no jogo do pênalti defendido por Victor na Libertadores de 2013. O currículo do técnico consistia em uma carreira no futebol mexicano, com poucos títulos nacionais.
2 - Demora na demissão do Turco
Já no Atlético, a torcida viu o time perder intensidade e cometer erros que antes não cometia. Os números do treinador eram bons, mas o futebol da equipe visto em campo ia se perdendo a cada partida. Com um treinador de pouca referência no cenário mundial, o Atlético caiu de rendimento. O time até conquistou o Mineiro e a Supercopa do Brasil no início do ano, mas conforme a temporada passava, era nítida a falta de jogadas, de estratégias e da queda na qualidade do futebol. A diretoria só demitiu o treinador dois jogos após a eliminação na Copa do Brasil.
3 - Saídas que não foram repostas à altura
O Galo perdeu algumas peças que foram importantes nas conquistas do ano passado. Mesmo reservas, os jogadores ajudaram e foram decisivos na temporada, como Nathan, Diego Costa e Savarino. O próprio técnico não foi substituído no mesmo nível. Cuca deixou o Atlético com vários títulos nacionais e internacionais no currículo. Mohamed não tem a mesma relevância no futebol.
4 - Contratações que não vingaram
As contratações do Galo para este ano não renderam o esperado pela diretoria. Em janeiro, o Atlético trouxe Ademir, Fábio Gomes e Diego Godín. Apenas o primeiro ganhou espaço na equipe e é considerado titular, mesmo sendo ainda bastante questionado pela torcida. Os outros dois não se destacaram e até já deixaram o clube.
5 - Quando o barato sai caro
Após um ano de muito investimento, a gestão do clube decidiu diminuir a folha de pagamentos, a começar pelo treinador. As reposições dos jogadores que saíram também custavam menos, mas também rendiam menos. Com as mudanças no elenco, o Galo deixou de brigar pelos principais títulos, que rendem premiações milionárias. Na troca do técnico, Cuca voltou ao clube por menos de cinco meses com aumento de 50% do salário que tinha quando deixou o Alvinegro.
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