Nos acréscimos, Léo Silva garante empate dramático contra o Inter

Wallace Graciano - Hoje em Dia
07/05/2015 às 00:08.
Atualizado em 16/11/2021 às 23:55

(Bruno Cantini)

Parece haver uma sina no Atlético: tudo precisa ser dramático. Quando o duelo contra o Internacional, que foi disputado no Independência, nesta quarta-feira (6), já apontava uma derrota iminente, o zagueiro Leonardo Silva subiu ao ataque e soltou o pé para igualar o marcador em 2 a 2.   O gol do capitão deixa o Galo vivo nessas oitavas de finais da Libertadores. Agora, o Atlético precisará de uma vitória simples no Beira-Rio, no duelo que será disputado na próxima quarta-feira (13), a partir das 22h. Empate por 0 a 0 ou 1 a 1 garante o Inter na fase seguinte.    Antes do novo encontro pela Libertadores, os clubes iniciarão sua caminhada no Brasileirão. No sábado, às 18h30, o Galo enfrentará o Palmeiras, no Allianz Parque. No dia seguinte, o Colorado gaúcho encara o Atlético-PR, na Arena da Baixada, a partir das 16h   DETALHES   Se há uma máxima no futebol que não costuma falhar é a de que jogos de mata-mata costumam ser decididos em detalhes, naquelas pequenas manobras que pegam o adversário de surpresa e fazem a diferença quando menos se espera. E o primeiro tempo do duelo entre Atlético e Inter mostrou bem isso.   Antes mesmo da bola rolar, Levir Culpi e Diego Aguirre mostraram que suas peças foram colocadas no tabuleiro de forma que surpreendesse o adversário.    O comandante do Galo, por exemplo, sacou Carlos e optou por Thiago Ribeiro, jogador que poderia fazer a diferença com sua velocidade habitual e pegar a frágil ala gaúcha, que veio desfalcada para Belo Horizonte.   Já o técnico uruguaio também queria explorar as pontas, só que através dos contra-golpes. Por isso, deixou os cansados D'Alessandro e Valdívia no banco para que Alex e Jorge Henrique deixassem o jogo um pouco mais dinâmico. O primeiro teria como função cercar o miolo, enquanto o segundo acompanharia os alas alvinegros na parte defensiva e exploraria eventuais brechas quando atacasse.   Acontecesse que toda a preleção, toda a estratégia foi por água abaixo no primeiro minuto. Isso porque Marcos Rocha, que costuma ser um dos jogadores mais lúcidos do Atlético, tentou sair jogando de qualquer forma. Lisando López marcava a saída de bola alvinegra e agradeceu, tomando como rumo o gol de Victor. Leonardo Silva até que tentou consertar o erro do companheiro, mas já era tarde. O argentino chutou cruzado, sem chances para o arqueiro do Galo. 1 a 0.   Um pouco a favor do Atlético é que o erro não o abateu. Motivou. Seguiu com as rédeas da partida, mandando no jogo, como costuma fazer quando atua no Independência. Assim, foi empurrando o Inter contra seu campo, fazendo do gol de empate uma questão de tempo. E ele veio também através de um detalhe.   Aos 13, uma bola rebatida sobrou para Douglas Santos na entrada da congestionada área colorada. Sem muita visão, Alisson se posicionou mal e viu o lateral-esquerdo do Galo arriscar com o pé que não é bom. O chute não saiu forte, porém, como não estava na melhor colocação debaixo das traves, o arqueiro gaúcho não teve tempo de reagir. 1 a 1.   O empate fez com que o jogo ficasse franco. O Atlético seguiu com as rédeas da partida, mas não conseguiu furar a barreira adversária. O Inter também não teve sucesso na parte ofensiva, porém levou perigo nos contra-golpes, principalmente porque a defesa alvinegra jogava com a linha adiantada.    A única certeza que poderia se ter é que a “partida de xadrez” continuaria nos 45 minutos seguintes.   PRESO NA GARGANTA   Um mérito de Diego Aguirre é conseguir manter suas convicções por mais discutíveis que elas sejam. Contra o Galo, que é um time que mantém o domínio da partida por completo quando joga no Horto, o treinador aprontou uma “arapuca”, fechando seu time, sabendo que iria ser pressionado.   No segundo tempo, isso ficou visível. Enquanto o Galo adiantou ainda mais suas linhas, armando um “abafa”, o Inter se manteve bem posicionado, suportando a pressão, apostando nas oportunidades que surgissem.   E quando veio, foi fatal. Aos 15, D'Alessandro, que acabara de entrar, levantou bola na área em jogada ensaiada. Ernando inverteu para o outro lado e lá achou Valdívia, que também tinha saído do banco há pouco. O “talismã” colorado não perdoou e cabeceou para a o gol vazio, colocando o Inter à frente no marcador. 2 a 1.   A partir daquele momento, o abafa, que era uma opção alvinegra, se tornou uma necessidade. Levir Culpi corajosamente abriu mão de seu sistema defensivo e colocou o time para frente, seguindo o lema “perdendo por um, perdendo por mil”.   Aos 23, por pouco a alteração não surtiu efeito. Dátolo repetiu o compatriota rival e ergueu bola na extremidade da área. Pratto cabeceou e a bola desviou em Aránguiz sobrando livre para Jemerson. O problema é que o defensor não tem cacoete para matador e isolou a pelota de forma incrível.    Conforme o tempo foi passando, a derrota foi virando questão de tempo. Afinal, o Atlético encontrava dificuldades de passar pela defesa colorada e, quando o fazia, esbarrava em Alisson.   Porém, como tudo no Atlético leva uma dose extra de drama, o gol salvador veio quando as esperanças eram escassas. Aos 48 minutos, uma bola sobrou viva na zaga colorada. Léo Silva furou, o zagueiro colorado também. Foi então que o capitão se redimiu e soltou o pé para balançar o capim e igualar o marcador. 2 a 2.    O gol trouxe um alento ao Atlético, já que uma derrota por 2 a 1 obrigaria o Galo a vencer por dois gols de diferença na volta. Agora, o Galo precisará de uma vitória simples para seguir adiante. Dá para acreditar!   AGUENTA CORAÇÃO! No apagar das luzes, Leonardo Silva aproveitou vacilo e empatou o duelo contra o Inter.    QUE FEIO Marcos Rocha tentou sair de qualquer jeito e entregou a bola nos pés de Lisandro López. Leonardo Silva bem que tentou consertar, mas o matador argentino não perdoou.   FICHA TÉCNICA ATLÉTICO  2 X 2 INTERNACIONAL   ATLÉTICO: Victor, Marcos Rocha, Léo Silva, Jemerson, Douglas Santos; Rafael Carioca, Leandro Donizete (Giovanni Augusto), Dátolo (Jô), Luan; Thiago Ribeiro (Carlos) e Lucas Pratto. TÉCNICO: Levir Culpi   INTERNACIONAL: Alisson, William, Juan, Ernando, Alan Costa; Rodrigo Dourado, Aránguiz, Jorge Henrique (Alan Ruschel), Alex (D'Alessandro) e Eduardo Sasha (Valdívia); Lisandro López. TÉCNICO: Diego Aguirre   Gols: Lisandro López (aos 1'), Douglas Santos (aos 13' do 1º tempo); Valdívia (aos 15'), Leonardo Silva (aos 48' do 2º tempo) Data: 6 de maio de 2015 Motivo: Jogo de ida das oitavas de final da Copa Libertadores Estádio: Independência Cidade: Belo Horizonte Árbitro: Wilmar Roldán (COL) Auxiliares: Wilmar Navarro (COL) e Cristian de la Cruz (COL) Público: 19.553 (pagantes) Renda: R$ 1.197.920,00 Cartões amarelos: Luan e Leonardo Silva (Atlético); William, Lisandro López e Aránguiz (Internacional)

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