No dia 3 de abril de 1977, os jogadores do Atlético deram a volta olímpica no Mineirão para comemorar a conquista do título de campeão mineiro de 1976. Nas arquibancadas, mais de 100 mil pessoas acompanhavam tudo.
Os alvinegros vibravam de maneira incansável, enquanto os cruzeirenses pareciam não acreditar no que viam. Ídolos como Raul, Nelinho Piazza e Joãozinho desciam para os vestiários cabisbaixos, após a segunda derrota seguida, por 2 a 0, para o maior rival nos jogos da decisão.
O certo é que aquela multidão que lotou o Gigante da Pampulha acabou testemunhando uma guinada de 180 graus nos rumos do futebol mineiro.
Além de ser a primeira vez que o time alvinegro conseguiu bater a Raposa em decisão do Estadual, disputada no Mineirão, inaugurado 12 anos antes, o duelo marcou o fim de uma geração vitoriosa e o início de outra.
O Atlético acabou com a hegemonia do clube estrelado, reescrevendo novos capítulos nos gramados de Minas Gerais. Enquanto surgiam talentos como Reinaldo, Marcelo, Paulo Isidoro, Toninho Cerezo e o goleiro João Leite, do outro lado foi a última decisão dos remanescentes da década de 60.
“Este foi meu maior momento no Atlético. Foi quando eu conquistei meu primeiro título e também fui o artilheiro do Campeonato Mineiro”, relembra Reinado, um dos maiores ídolos da história do Galo, que na época tinha 19 anos.
“Naquele ano, o nosso time era formado por meninos, que ganhou do Cruzeiro, campeão da Libertadores. Foi o jogo mais marcante, essa final de 1976. Derrotamos o Cruzeiro duas vezes por 2 a 0”, completa.
PROBLEMAS
Com as duas vitórias, o Atlético sagrou-se campeão mineiro de 1976. A competição daquela temporada foi marcada por vários problemas e já começou atrasada. Por isso, as finais aconteceram só no ano seguinte.
Além do atraso inicial, provocado pelo prolongamento de competições de 1975 que se estenderam até o ano seguinte, a fórmula do Mineiro previa três fases, incluindo um hexagonal final, que acabou não acontecendo.