Torcida contra o racismo: manifesto por uma causa comum

João Alberto Aguiar - Hoje em Dia
17/02/2014 às 09:36.
Atualizado em 20/11/2021 às 16:04

(Samuel Costa)

Gritar ou não o nome de Tinga, engrossando o coro contra o preconceito racial sofrido pelo volante cruzeirense na estreia do time na Copa Libertadores, na última quarta-feira, contra o Real Garcilaso, no Peru. O suspense criado pelo torcedor nas redes sociais, nos últimos dias, foi desfeito pouco antes do clássico. A maioria da torcida do Galo optou por não pronunciar o nome do jogador.

Mesmo assim, o público do Atlético, por meio de faixas, nas cadeiras do estádio, se posicionou contra a discriminação racial demonstrada por parte da torcida peruana na última quarta-feira. Jogadores atleticanos também demonstraram solidariedade a Tinga.

Uma das faixas, colocada no setor Pitangui, estampava a frase “no Galo, o preto e o branco sempre andaram juntos. Diga não ao racismo”. Outra, posicionada do lado da rua Ismênia Tunes, dizia “camisa 13 do Galo, na luta contra o preconceito”.

O clima cordial da torcida com Tinga já no banco de reservas do Cruzeiro, pouco antes do início da partida, porém, não foi visto na chegada da delegação do time celeste ao estádio, às 14h44, 12 minutos depois da presença do ônibus com a delegação do Atlético.

O cordão de isolamento formado por policiais militares a cerca de 50 metros do portão de entrada do estacionamento não intimidou os torcedores atleticanos, que esperavam pela chegada das duas delegações.

Enquanto o ônibus do Cruzeiro entrava no estádio, houve vaia para os adversários e palavrões direcionados exclusivamente para Tinga, sem manifestação de racismo. Apesar da reação, nenhum incidente foi verificado e os militares se limitaram a vigiar torcedores mais exaltados. Para ajudar na segurança, o acesso da torcida, até que as duas delegações chegassem ao estádio, foi impedido na rua Pitangui desde o cruzamento com a avenida Silviano Brandão até o portão de entrada dos ônibus.

Reencontro com R10

Com a bola rolando, a torcida do Galo fez a festa e matou a saudade de Ronaldinho Gaúcho, que não atuava no Independência desde o início de dezembro de 2013.

Demonstrando muita vontade, o craque atleticano, a exemplo de outros jogos disputados no gigante do Horto na temporada passada, se “desgarrou” da fila de jogadores na entrada em campo, levando a massa ao delírio.

Durante o clássico, ao contrário do que ocorreu no confronto com o Tombense, não faltou apoio da torcida atleticana aos jogadores durante todo o tempo. Mas, no final do jogo, parte do público se manifestou contra Paulo Autuori. No jogo, o treinador alternou momentos na beira do campo e outros sentado no banco de reservas. 

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