Volta por cima marca história dos antecessores do ‘Pedalada’

Frederico Machado e Alexandre Simões - Hoje em Dia
Publicado em 24/02/2016 às 07:18.Atualizado em 16/11/2021 às 01:33.

Robinho chega ao Atlético buscando mais uma volta por cima na carreira, depois de uma passagem apagada pelo Guangzhou Evergrande, da China. Coincidentemente, os donos da camisa 7 do Galo, nas três conquistas internacionais da história do clube, viviam situação idêntica.

Em 1992, Sérgio Araújo retornou à Vila Olímpica depois de passagens sem brilho por vários outros clubes brasileiros, como Flamengo, Fluminense, Vasco, Guarani, Grêmio e o próprio Atlético, em 1991. Ele deixou o Galo, em 1988, como jogador de Seleção Brasileira. Quando voltou, para a terceira passagem, não tinha o mesmo status, mas fez a torcida recordar dos grandes momentos que viveu com a camisa alvinegra na década de 80.

Se Ailton foi o artilheiro, com seis gols, Negrini o herói da decisão, marcando duas vezes nos 2 a 0 sobre o Olimpia, do Paraguai, no Mineirão, João Leite o líder, pela experiência, e Paulo Roberto Prestes o capitão, o craque do time foi o baixinho da camisa 7, que infernizou marcadores e foi o responsável pelas principais jogadas ofensivas da equipe comandada por Procópio Cardoso.

Bigode

Cinco anos depois, o centroavante Valdir, revelado no Vasco, chegou ao Atlético após uma passagem sem brilho pelo São Paulo, que pagou caro para tirá-lo de São Januário, mas não contou com seu brilho no Morumbi.

Fez tanto sucesso com a camisa alvinegra que acabou negociado com o Benfica, de Portugal.

Gol na final

Jogador mais jovem a vestir a camisa do Corinthians (16 anos, três meses e 29 dias), de onde saiu para rodar a Europa sem conseguir brilhar, Jô chegou ao Galo, vindo do Internacional, completamente desacreditado, pois tinha cometido uma série de indisciplinas no clube gaúcho.

Após uma grande participação na Série A de 2012, marcou seu nome na história atleticana se consagrando o artilheiro da Libertadores de 2013, conquistada pelo clube, com 7 gols.

O mais importante deles abriu a vitória por 2 a 0 sobre o Olimpia na partida de volta da decisão.

Além disso

O precursor do sucesso internacional com a camisa 7 do Atlético é o atacante Lucas Miranda, um dos grandes ídolos da história do clube e que brilhou intensamente nos anos 40 e 50, quando o Galo teve um dos maiores esquadrões da sua história.

Na famosa excursão à Europa, em 1950, que deu ao clube o simbólico título de “Campeão do Gelo”, Lucas Miranda foi um dos artilheiros, com seis gols, ao lado de Vaguinho e Nívio.

Foi dele o primeiro gol atleticano na Europa. Em 1º de novembro de 1950, na vitória alvinegra por 4 a 3 sobre o Munich 1860, da Alemanha, em Munique, ele abriu o placar logo aos 7minutos do primeiro tempo. Nesta partida, ele voltou a balançar a rede adversária.

Nos dez anos em que jogou pelo Atlético, entre 1944 e 1954, Lucas Miranda, que nasceu em Curitiba, no Paraná, em 10 de agosto de 1921, mas foi revelado pelo Botafogo, do Rio de Janeiro, marcou 152 gols em 258 partidas. Sua média é de 0,58.

Ele ocupa a quinta posição na lista dos maiores artilheiros da história do Atlético, atrás apenas de Guará (168), Mário de Castro (195), Dario (211) e Reinaldo (255).

Primeiro grande camisa 7 da história atleticana, pois antes do seu tempo os clubes não usavam números, Lucas Miranda morreu em Belo Horizonte, cidade que escolheu para viver, aos 85 anos, em 4 de dezembro de 2006.

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