O que Maurício Borges, Lucas Lóh, Wallace, Lucarelli, Isac, Otávio, Guilherme Kachel e Kadu têm em comum, além de serem jogadores de vôlei? Todos foram formados ou atuam por times mineiros. Com idades que variam entre 19 e 26 anos, são considerados o futuro da seleção brasileira, comandada por Bernardinho, que começou, neste ano, o ciclo olímpico visando aos Jogos do Rio, em 2016.
Alguns já são realidade, como o oposto Wallace e o central Isac, do Sada/Cruzeiro, e o ponteiro Lucarelli, que, até a temporada passada, jogava no Vivo/Minas. Os três são presença constante no time verde e amarelo. Além deles, os ponteiros minas-tenistas Maurício Borges e Lucas Lóh estavam no Japão com a equipe canarinho, onde conquistaram o tetracampeonato da Copa dos Campeões, na madrugada de domingo.
Lucas não quer desperdiçar a chance. “É uma honra fazer parte de um grupo como esse, tão forte e que está passando, desde já, por um processo de preparação para a Olimpíada. Espero crescer muito dentro dele, aprendendo com a experiência de todos”, comenta. “Quero conquistar meu espaço para fazer parte do ciclo olímpico, com muito trabalho e dedicação”, planeja.
O jogador ganhou a oportunidade após ter feito parte da seleção brasileira sub-23, campeã mundial em outubro. Ele atuou ao lado de Lucarelli, Otávio e Guilherme Kachel. Os dois últimos ainda não tiveram chance na seleção adulta, mas esperam, em um futuro próximo, também se juntar aos colegas do sub-23.
“É legal ver o sucesso dos companheiros da base, mas também quero chegar lá. Para isso, tenho que continuar treinando forte e evoluir no nível adulto, que é bem mais complicado. Possibilidade existe. Só depende de mim para chegar lá”, afirma, confiante, o central minas-tenista Otávio.
Já o líbero cruzeirense Guilherme Kachel é um pouco mais comedido. Para ele, atuar na seleção adulta, em sua posição, é mais complicado que nas demais, até porque existe uma hierarquia. “Ainda vai demorar um pouco para eu alcançar esse objetivo. Primeiro tenho que começar a jogar (como titular) para adquirir experiência. Só depois vou pensar em seleção”, pondera. Ele lembra que há, atualmente, outros líberos atuando há mais tempo, como Mário Júnior e Alan.
Mais novo da turma mineira, Kadu, de 19 anos, foi promovido ao profissional do Cruzeiro apenas nesta temporada. “Foi muito bom ‘subir’ para o time adulto tão novo. Vou acostumando a jogar com os melhores, e isso pode ser bom para o meu futuro, já que espero seguir os passos deles e chegar à seleção”, sonha o ponteiro, que foi um dos destaques da seleção vice-campeã Mundial juvenil em 2013.
Escola Argentina
Tão importante quanto os jogadores que, aos poucos, estão alcançando a seleção brasileira, são os responsáveis por “lapidar” esses diamantes brutos. No caso do Minas e do Cruzeiros, são os técnicos argentinos e amigos Horacio Dileo e Marcelo Mendez, respectivamente, que esperam dar uma parcela de contribuição para que o Brasil continue no topo da modalidade.
“É um orgulho poder trabalhar com jogadores desse nível, mesmo tão jovens. São atletas especiais e que têm um futuro brilhante pela frente. Sempre falo com eles que ainda quero poder ir a um ginásio e pagar ingresso para assisti-los jogar, sabendo que fiz parte da formação deles”, brinca Dileo.
Mendez acredita que esse contato com a escola argentina é muito importante para os jogadores, pois, além de diferente, ela vai ajudá-los a desenvolver outras áreas em seus jogos. “Desde a formação, eles sempre tiveram a experiência com os treinadores brasileiros, que priorizam ataque e força. Agora, conosco, uma escola diferente, trabalham com mais ênfase na defesa e no volume de jogo”, pontua o treinador cruzeirense.