Brasil e Chile é mais um capítulo da migração dos clássicos sul-americanos

Alexandre Simões - Hoje em Dia
Publicado em 29/03/2015 às 12:31.Atualizado em 16/11/2021 às 23:25.

Além do Brasil x Chile de hoje, às 11h (de Brasília), no Emirates Stadium, em Londres, mais dois amistosos entre seleções sul-americanas serão disputados nesta semana, na terça-feira: Argentina x Equador e Peru x Venezuela. Ambos os jogos nos Estados Unidos.

A nova realidade do futebol mundial tirou da América do Sul os seus clássicos. Seja por vontade de patrocinadores, ou por exigência da Fifa, confrontos muitas vezes centenários, marcados pela rivalidade, viraram jogos de exibição.

Com seus principais jogadores defendendo gigantes do futebol europeu, as seleções da América do Sul passaram a conviver, a partir de 2006, após o Mundial da Alemanha, com uma norma que permite apenas a disputa de um amistoso por ano fora do Velho Continente ou em locais que fiquem a mais de quatro horas de voo da Europa ocidental.

Essa regra só não precisa ser cumprida se as principais estrelas, que defendem clubes europeus, não forem convocadas.

Foi isso o que aconteceu na goleada de 4 a 0 do Brasil sobre a Bolívia, em 6 de abril de 2013, em Santa Cruz de la Sierra, e nos 2 a 2 com o Chile, 18 dias depois, no Mineirão. Nas duas partidas, o então técnico Luiz Felipe Scolari só contou com jogadores que atuavam no Brasil.

Nos outros 11 amistosos da Seleção contra sul-americanos, a partir de 2006, aconteceu uma verdadeira volta ao mundo, com partidas na Europa, América do Norte e Ásia.

No caso específico da Seleção Brasileira, como os amistosos da equipe têm os direitos repassados à International Sports Events (ISE), até o final da Copa do Mundo de 2022, no Catar, num contrato assinado ainda por Ricardo Teixeira, jogar em casa só virou uma rotina com a Copa das Confederações (2013) e a Copa do Mundo (2014).

Realidade

Passadas as duas competições, a Seleção Brasileira voltou a conviver, já no segundo semestre do ano passado, com a realidade de encarar os vizinhos em campo neutro.

As duas partidas que marcaram a volta de Dunga à Seleção, contra Colômbia e Equador, em setembro do ano passado, foram nos Estados Unidos.

Em novembro, o Superclássico das Américas, competição criada pela Confederação Sul-Americana de Futebol (CSF) em 2011, nos mesmos moldes da antiga Copa Roca, que começou a ser disputada em 1914, sempre entre brasileiros e argentinos, foi em campo neutro.

Para atender patrocinadores, a vitória brasileira sobre a Argentina por 2 a 0, com gols de Diego Tardelli, aconteceu no Ninho do Pássaro, em Pequim, na China.

Confronto do Mineirão, pela Copa do Mundo, é ingrediente principal da partida na Inglaterra

O confronto entre Brasil e Chile faz 100 anos no ano que vem. O primeiro jogo da Seleção numa Copa América, que na época tinha o nome de Campeonato Sul-Americano, foi contra os chilenos, em 8 de julho de 1916, em Buenos Aires, e terminou empatado por 1 a 1.

Foi a terceira partida oficial da história da Seleção Brasileira, que antes tinha enfrentado apenas a Argentina, por duas vezes, em setembro de 1914.

Hoje acontece o terceiro confronto entre as duas seleções em outro continente. Em 2007, o Brasil goleou por 4 a 0, em Gotemburgo, na Suécia. Em 2013, fez 2 a 1 em partida disputada em Toronto, no Canadá.

Mas o que torna o jogo de hoje especial é o confronto entre as duas seleções nas oitavas de final da Copa do Mundo do ano passado, no Mineirão. O empate por 1 a 1, no tempo normal e prorrogação, levou a decisão para os pênaltis, com o Brasil levando a melhor.

As bases das duas equipes segue a mesma. Apesar de tantos ingredientes, Brasil e Chile, um dos clássicos mais tradicionais da América do Sul, será jogado na distante e fria Londres.

Resultados

As duas seleções disputaram amistosos na última quinta-feira, mas tiveram resultados bem diferentes. O Brasil venceu a França por 3 a 1, e virada, no Stade de France, em Saint-Denis. Com o resultado, o técnico Dunga manteve 100% de aproveitamento nessa sua volta à Seleção, com sete vitórias em sete partidas.

O Chile vem de um resultado ruim. Apesar de ter entrado em campo com uma equipe quase reserva, pois o técnico Jorge Sampaoli poupou vários os titulares para o jogo de hoje, contra o Brasil, perdeu por 2 a 0 para o Irã, em partida disputada na Áustria.

Teste

Último amistoso antes do anúncio da lista para a Copa América, que será disputada no Chile, em junho e julho, a partida de hoje será usada pelo técnico Dunga para que ele tire algumas dúvidas.

O treinador tem uma base definida, com Danilo, Luiz Gustavo, Willian, Oscar e Neymar, mais David Luiz e Diego Tardelli, que não estão jogando por contusão, mas são titulares.

Jefferson e Diego Alves disputam a condição de titular no gol. Na zaga, Thiago Silva e Miranda brigam pela parceria com David Luiz.

No meio, Elias parece estar à frente de Fernandinho na função de primeiro volante. A lateral esquerda é disputada por Filipe Luís e Marcelo. No ataque, uma expectativa hoje é pelo aproveitamento de Robinho.

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