O brasileiro André Cintra estreou no final da noite deste domingo (no horário de Brasília) na Paralimpíada de Inverno de Pyeongchang, na Coreia do Sul, e foi eliminado nas oitavas de final da prova do snowboard cross. Depois de atraso de quase uma hora para o início da disputa por causa de problemas técnicos no sistema de largada, ele acabou sendo derrotado pelo japonês Oguri Daichi.
Antes disso, Cintra avançou às oitavas com o décimo melhor tempo entre os 13 competidores desta prova, na qual o atleta paulista iniciou a sua segunda participação em uma edição nos Jogos Paralímpicos de Inverno, nos quais esteve presente pela primeira vez há quatro anos, em Sochi, na Rússia.
Esta disputa envolvendo Cintra contou com cinco etapas, com 13 competidores de dez países que estão incluídos na classe LL1 (deficiência em membros inferiores e amputações acima do joelho), sendo que esta fase serviu para definir os confrontos das oitavas de final após a aferição dos tempos em um trajeto de 925 metros de descida de uma montanha.
E o brasileiro terminou este estágio da competição em 1min18s72 para se garantir na décima posição e avançou para enfrentar Oguri Daichi, que cravou a sétima melhor marca (1min09s93) e depois confirmou o seu favoritismo para eliminar Cintra, tendo em vista marca bem melhor que conseguiu na fase qualificatória.
Nas oitavas, Cintra enfrentou um problema no sistema de largada, chamado de starter, uma espécie de portão que é aberto para que os atletas começarem a disputa. Por causa disso, iniciou com quase um hora de atraso a sua bateria com o japonês e isso foi prejudicial para a concentração do brasileiro, que sofreu uma queda já na primeira curva do percurso e isso comprometeu o restante da sua prova.
"Na descida classificatória, eu fiz um tempo razoável, que dava para melhor nas oitavas. Mas, com a confusão com o starter, que eles trocaram umas cinco vezes, ficamos em uma situação de 'põe a prancha', 'tira a prancha' que acabou desconcentrando", lamentou André, por meio de declarações reproduzidas nesta segunda-feira pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB). "Eu lembrava que tinha um erro na primeira descida que iria corrigir. É uma prova que demora um minuto e que, uma curva mal feita, pode te eliminar. A concentração é importantíssima nestes casos", completou.
A medalha de ouro desta prova ficou com o norte-americano Mark Schultz, enquanto a prata foi conquistada pelo holandês Chris Vos e o bronze por Noah Elliott, outro atleta dos Estados Unidos.
Com 38 anos de idade, Cintra é o mais experiente entre os três atletas do Brasil que estão competindo em Pyeongchang. Aline Rocha, de 27, e Cristian Ribera, de apenas 15, estrearam no último sábado no esqui cross country e o adolescente fez bonito ao faturar o sexto lugar em sua prova - a brasileira foi a 15ª em sua disputa.
Em 2014, na Paralimpíada de Sochi, Cintra ficou em 28º lugar entre 33 competidores no snowboard cross. Na Coreia do Sul, ele voltará a competir na quinta-feira na prova do banked slalom, novidade no programa de modalidades paralímpicas. Nesta terça-feira, o Brasil terá Aline Rocha e Cristian competindo no esqui cross country.