No futebol, ninguém discute que a maior rivalidade é entre Brasil e Argentina. Mas, no UFC, brasileiros e americanos é que duelam, luta após luta, para saber qual é o país das Artes Marciais Mistas (MMA). Atualmente, a vantagem é deles. Além de ser o país com mais atletas no Ultimate, os Estados Unidos detêm o maior número de cinturões: sete em nove categorias.
Mas o “império” está seriamente ameaçado. A partir deste sábado (19), os “soldados” tupiniquins desafiarão a hegemonia americana. Tudo começa com a disputa do cinturão dos pesos pesados, no UFC 166, em Houston (EUA). O catarinense Júnior Cigano tenta retomar o cinturão contra o algoz, o americano Cain Velásquez, no terceiro duelo entre eles. O card principal do evento começa às 23 horas.
O Brasil pode ter outro campeão em 28 de dezembro. Anderson Silva tentar reaver o título dos pesos médios, que foi dele por mais de seis anos. Ele encara o também americano Cris Weidman.
Com mais dois títulos brasileiros e a provável confirmação de Renan Barão, que hoje detém o título interino do peso galo, como campeão oficial da categoria, a decisão pelo topo ficará nas mãos do mineiro Glover Teixeira. Ele tem luta marcada pelo cinturão dos meio-pesados, contra Jon Jones, provavelmente em março.
Vantagem
No entanto, os rivais ainda podem abrir vantagem, se conquistarem o único cinturão que não pertence ao eixo Brasil/Estados Unidos. Ainda no dia 17 de novembro, no UFC 167, o canadense Georges Saint-Pierre defende o título dos meio-médios contra o americano Johny Hendricks.
De nove categorias existentes no Ultimate, sete cinturões lineares estão em posse de lutadores do Tio Sam. O Brasil, que, no início do ano, somava três, hoje tem apenas o do manauara José Aldo. O potiguar Renan Barão é interino. Mas, se Dominick Cruz, afastado há dois anos por lesões, não voltar à ativa até dezembro, a promessa do presidente do UFC, Dana White, é de oficializar o brasileiro. Fechando a conta, aparece o canadense Saint-Pierre.
Ao todo, a franquia tem 402 lutadores com contratos vigentes. Os americanos são maioria esmagadora, com 200 (49,8%). O Brasil totaliza 80 atletas (19,9%), bem à frente do terceiro colocado, Canadá, com 19 (4,7%).
Glover Teixeira é único mineiro com destaque
Atualmente, apenas quatro lutadores mineiros possuem vínculo com o UFC. E só um, o meio-pesado Glover Teixeira, figura entre os dez melhores nos rankings oficiais da franquia americana. Os outros três – Rafael Natal, Lucas Mineiro e Igor Araújo – ainda buscam um lugar ao sol.
Nascido em Sobrália, na região do Vale do Rio Doce, Glover ainda se tornará o primeiro atleta do Estado a disputar um cinturão do UFC, quando subir ao octógono para enfrentar o americano Jon Jones, no ano que vem. Com cartel de 22 vitórias e duas derrotas, ele não sabe o que é perder desde março de 2005. E apresenta sequência de 20 triunfos consecutivos, sendo os últimos cinco pelo UFC.
Já o belo-horizontino Rafael “Sapo” também está próximo de chegar ao patamar dos melhores: está a uma vitória de figurar entre os top 10 do peso médio. Porém, aos 30 anos, o atleta que mora e treina, desde 2005, em Nova York (EUA), terá pela frente uma “pedreira”, o americano Tim Kennedy. A luta será no dia 6 de novembro, no UFC Fight Night 31.
Menos experiente, porém com ótimo retrospecto, Lucas Mineiro corre por fora para, um dia, chegar ao patamar dos conterrâneos. Aos 24 anos e com cartel de 14 vitórias e uma derrota, o montes-clarense fez apenas três lutas no UFC, com dois triunfos. Ele lutava entre os meio-médios, mas, na última luta, desceu para a categoria dos penas.
Igor acaba de estrear no Ultimate. Ele venceu o brasileiro Ildemar Marajó no UFC Fight Night 29, em Barueri (SP), no último dia 9. A nota triste é que, recentemente, outro lutador mineiro foi excluído da franquia. Rousimar Palhares, o Toquinho, foi reincidente em atitude antidesportiva.